O ministro Luiz Fux pediu nesta quarta-feira a anulação do processo contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e sete aliados no julgamento da trama golpista na Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal. Para o ministro, a ação deveria ter sido julgada na primeira instância da Justiça, não no STF. Caso não consiga maioria, Fux sugere que, se o processo continuar na corte, seja analisado pelo plenário do STF, e não pela Primeira Turma, como está sendo agora. 2 a 1Com o voto de Fux, o placar a favor da condenação está em 2 a 1. Nesta quinta-feira, devem votar a ministra Cármen Lúcia e o ministro Cristiano Zanin, presidente da Primeira Turma. Saiba o que acontece agora. Voto 'além do esperado' pelos EUAO correspondente Jamil Chade informa que membros e conselheiros do governo Trump comemoraram o duro voto de Fux, considerando que ele foi "além do esperado". Para o colunista Reinaldo Azevedo, o ministro deu um voto "vergonhoso", considerando seu histórico no Supremo. Josias de Souza alerta que, ao argumentar contra a posição do relator Alexandre de Moraes, Fux introduziu na ação do golpe o mesmo vírus que matou a Operação Lava Jato, dando aos advogados de defesa a possibilidade de anular as condenações no futuro. Na mesma direção, Eduardo Scolese, da Folha de S.Paulo, afirma que o voto cria uma brecha para a anulação do julgamento em um futuro não tão distante. Mas Josias lembra: a divergência de Fux não altera o placar: Bolsonaro deve ser condenado. E Igor Gielow, da Folha, lembra: apesar da comemoração dos bolsonaristas, o impacto do voto é limitado. Leonardo Sakamoto afirma que, ao discordar do voto do relator, Fux garantiu a manutenção de seu visto para os EUA e jogou os colegas ministros numa fogueira. Sakamoto também nota que em seu voto, que segundo ele normaliza o golpismo, Fux se cacifa a uma posição de poder no Supremo caso um nome alinhado a Bolsonaro, como o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, seja eleito presidente em 2026. E Daniela Lima afirma que Fux também abre caminho a um possível recurso dos advogados bolsonaristas às cortes internacionais —e também garante uma base para possíveis novas sanções americanas contra a economia e autoridades brasileiras. Para a colunista, o ministro está isolado na corte, mas faz isso de maneira estratégica. Voto espanta colegas Daniela Lima também relata que o longo voto de Fux, que condenou centenas pelo 8 de Janeiro, causou espanto entre os colegas. A colunista Carla Araújo confirma: ela falou com um ministro do Supremo que relatou que o voto de Fux foi "um dos mais malucos" da história da corte superior e que parece ter tido o objetivo de dar "munição" aos bolsonaristas. Jamil Chade: Governo Trump e conselheiros comemoram posição de Fux: 'Além do esperado' Reinaldo Azevedo: Fux, que já condenou 400 vezes, dá voto vergonhoso sobre peixões do golpe Josias de Souza: Fux inocula na ação do golpe vírus que matou a Lava Jato Josias de Souza: Divergências estilhaçam tese de julgamento com cartas marcadas Josias de Souza: Voto de Fux torna inevitável uma resposta de Moraes Leonardo Sakamoto: Fux mantém Disney ao alcance com voto e joga colegas na fogueira de Trump Leonardo Sakamoto: Fux mata no peito por Bolsonaro, mas voto não impede prisão por golpe Leonardo Sakamoto: Fux relativizou a democracia e normalizou o golpismo em voto pró-Bolsonaro Daniela Lima: Ministros do STF: Fux municia sanções dos EUA e ação contra julgamento Daniela Lima: STF incompetente em julgar? Fux já condenou centenas pelo 8/1 Daniela Lima: Voto de Fux após condenações do 8/1 gera clima de espanto Daniela Lima: Fux se isola no STF, mas faz isso estrategicamente Eduardo Scolese: Fux indica brecha para anular julgamento de Bolsonaro em futuro não tão distante Carla Araújo: Ministro considera voto de Fux 'um dos mais malucos da história do STF' Raquel Landim: Conhecido por punitivismo, Fux dá voto garantista em golpe e causa espanto Amanda Klein e Raquel Landim: Fux surpreende até caciques da direita e torna-se 'herói' bolsonarista Igor Gielow: Bolsonarismo celebra Fux, mas impacto é limitado |
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