A operação das forças de segurança do Rio de Janeiro contra o Comando Vermelho realizada na terça-feira (28) se tornou a ação policial mais letal do país, com 119 mortos até agora, superando os emblemáticos 111 mortos da chacina do Carandiru, em São Paulo, em 1992. O governo do Rio considerou a ação —que paralisou a cidade ontem— um sucesso. Mas moradores organizados e entidades criticaram a operação, que consideraram uma afronta aos direitos humanos. Para a oposição, tratou-se de uma peça de campanha eleitoral antecipada. Segundo o colunista Josias de Souza, o que houve no Rio na terça-feira chama-se barbárie, impressão confirmada pela imagem de corpos enfileirados em uma praça na Penha. Carla Araújo relata que o Planalto considerou "uma trapalhada" o fato de o governador do Rio, o bolsonarista Cláudio Castro (PL), ter aparentemente usado a operação como palanque eleitoral, o que provocou uma troca de acusações entre autoridades federais e estaduais. Mas, apesar disso que foi considerado uma "irresponsabilidade", o governo federal deve agir de maneira "republicana" com o adversário político, cooperando com o governo carioca na resolução da crise, conta Daniela Lima. Para Leonardo Sakamoto, ao exaltar a operação com a divisa "ou soma ou suma", Castro criou seu próprio "ame-o ou deixe-o", em alusão ao bordão da ditadura militar. E Carla Jimenez avalia que o governador, ao autorizar a operação, agiu como franco-atirador, mas tendo os próprios policiais e os moradores das comunidades como alvos. Para ela, o fato de haver policiais e moradores entre os mortos já classifica a operação como fracassada. Mas, apesar de todas as críticas a Castro, governadores de direita se solidarizaram com o colega carioca e prometeram ir ao Rio nesta quinta-feira para lhe oferecer apoio. Josias de Souza: O que houve no Rio foi barbárie Carla Araújo: Para governo Lula, Castro fez trapalhada ao usar a operação como palanque Carla Araújo: Exército está pronto se Lula quiser GLO para o Rio; governo prega cautela Daniela Lima: Planalto vê ação 'irresponsável e política' de Castro em ataque ao governo Daniela Lima: Lula mandou Lewandowski perguntar do que Castro precisa Raquel Landim: Castro contraria plano enviado ao STF e faz operação em zona de maior risco Leonardo Sakamoto: 'Ou soma ou suma' é o 'ame-o ou deixe-o' de Castro após mais de 100 mortes Leonardo Sakamoto: Criticar 120 mortes só é 'defender bandido' em uma sociedade doente Ronilso Pacheco: Matança no Rio não é política de segurança pública, mas Castro acha que sim Carla Jimenez: Castro agiu como franco-atirador, mas com tropa e moradores como alvos Letícia Casado: Governadores de direita vão ao RJ amanhã oferecer apoio a Cláudio Castro Wálter Maierovitch: 'Megaoperação é terrorismo de Estado sob comando de Castro' Reinaldo Azevedo: Urubus das almas: reaças são tarados por cadáveres; a minha lei antiterror Igor Gielow: Ação no Rio joga segurança no centro da campanha de 2026 |
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