quinta-feira, 30 de outubro de 2025

Ação mais letal desde o Carandiru: criticado, governo do RJ canta vitória

 

Imagem aérea mostra corpos enfileirados no Complexo da Penha, no Rio de Janeiro, após operação policial que matou 119, superando a chacina do Carandiru

Imagem aérea mostra corpos enfileirados no Complexo da Penha, no Rio de Janeiro, após operação policial que matou 119, superando a chacina do Carandiru

Eduardo Anizelli/Folhapres


Roger Modkovski

A operação das forças de segurança do Rio de Janeiro contra o Comando Vermelho realizada na terça-feira (28) se tornou a ação policial mais letal do país, com 119 mortos até agora, superando os emblemáticos 111 mortos da chacina do Carandiru, em São Paulo, em 1992.

 

O governo do Rio considerou a ação —que paralisou a cidade ontem— um sucesso. Mas moradores organizados e entidades criticaram a operação, que consideraram uma afronta aos direitos humanos. Para a oposição, tratou-se de uma peça de campanha eleitoral antecipada.

 

Segundo o colunista Josias de Souza, o que houve no Rio na terça-feira chama-se barbárie, impressão confirmada pela imagem de corpos enfileirados em uma praça na Penha.

Carla Araújo relata que o Planalto considerou "uma trapalhada" o fato de o governador do Rio, o bolsonarista Cláudio Castro (PL), ter aparentemente usado a operação como palanque eleitoral, o que provocou uma troca de acusações entre autoridades federais e estaduais.

Mas, apesar disso que foi considerado uma "irresponsabilidade", o governo federal deve agir de maneira "republicana" com o adversário político, cooperando com o governo carioca na resolução da crise, conta Daniela Lima.

Para Leonardo Sakamoto, ao exaltar a operação com a divisa "ou soma ou suma", Castro criou seu próprio "ame-o ou deixe-o", em alusão ao bordão da ditadura militar.

 

E Carla Jimenez avalia que o governador, ao autorizar a operação, agiu como franco-atirador, mas tendo os próprios policiais e os moradores das comunidades como alvos. Para ela, o fato de haver policiais e moradores entre os mortos já classifica a operação como fracassada.

 

Mas, apesar de todas as críticas a Castro, governadores de direita se solidarizaram com o colega carioca e prometeram ir ao Rio nesta quinta-feira para lhe oferecer apoio.

Josias de Souza: O que houve no Rio foi barbárie

Carla Araújo: Para governo Lula, Castro fez trapalhada ao usar a operação como palanque

Carla Araújo: Exército está pronto se Lula quiser GLO para o Rio; governo prega cautela

Daniela Lima: Planalto vê ação 'irresponsável e política' de Castro em ataque ao governo

Daniela Lima: Lula mandou Lewandowski perguntar do que Castro precisa

Raquel LandimCastro contraria plano enviado ao STF e faz operação em zona de maior risco

Leonardo Sakamoto: 'Ou soma ou suma' é o 'ame-o ou deixe-o' de Castro após mais de 100 mortes

Leonardo Sakamoto: Criticar 120 mortes só é 'defender bandido' em uma sociedade doente

Ronilso PachecoMatança no Rio não é política de segurança pública, mas Castro acha que sim

Carla Jimenez: Castro agiu como franco-atirador, mas com tropa e moradores como alvos

Letícia CasadoGovernadores de direita vão ao RJ amanhã oferecer apoio a Cláudio Castro

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