| A crise de segurança pública no Rio de Janeiro depois da megaoperação contra o Comando Vermelho na terça-feira mobilizou integrantes do Palácio do Planalto e o próprio presidente Lula. Segundo reportagem da Folha de S.Paulo, auxiliares relataram que Lula tem dado prioridade ao assunto desde que voltou da Ásia e cobrado celeridade de sua equipe para o envio ao Congresso Nacional do projeto de lei que vai atualizar a Lei das Organizações Criminosas. A expectativa é de que o projeto seja encaminhado ao legislativo ainda hoje. De acordo com a colunista do UOL Daniela Lima, a tramitação deve começar pela Câmara e o presidente da Casa, Hugo Motta, assumiu compromisso de dar prioridade ao texto para votá-lo no mês de novembro. O ministro da Justiça, Ricardo Lewandowiski, também anunciou ontem o envio de peritos da PF 'especializados em DNA' para dar apoio às forças estaduais. Apesar de a segurança pública ser de competência dos estados, aliados de Lula avaliam que a crise do Rio de Janeiro poderá afetar o governo depois das críticas do governador Cláudio Castro. Ministra dos Direitos Humanos promete perícia independente a parentes de mortos no Rio. Macaé Evaristo se reuniu ontem com familiares de mortos na operação nos complexos da Penha e do Alemão e representantes da comunidade, e disse que o governo federal vai encomendar uma perícia independente dos corpos dos mortos. Em entrevista coletiva depois do encontro, Macaé disse que a operação foi "um fracasso, uma tragédia, um horror inominável". Durante a visita da ministra, familiares de mortos deram depoimentos sobre o desespero que eles e a comunidade enfrentaram durante a operação e a busca pelos corpos na mata. Macaé anunciou também uma série de medidas para dar suporte aos familiares e moradores, incluindo atendimento psicossocial e proteção às testemunhas, especialmente crianças.Castro e governadores de direita criam 'consórcio da paz'. O governador do Rio de Janeiro se reuniu ontem com governadores de oposição ao governo federal para discutir segurança pública após a ação policial que deixou 121 mortos na terça-feira. Participaram do encontro os mandatários de Goiás, Ronaldo Caiado, de Minas Gerais, Romeu Zema, de Santa Catarina, Jorginho Mello, de Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel, e a vice-governadora do Distrito Federal, Celina Leão. O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, participou de forma remota. Ao final, Castro anunciou a criação de um "consórcio da paz" entre os estados, com sede no Rio, "um consórcio no modelo de outros que existem, para que possamos dividir experiência, soluções e ações de combate ao crime organizado", definiu. Ele não detalhou, no entanto, como o grupo vai trabalhar e, apesar de o tom do encontro ter sido crítico ao governo federal, o governador negou que esteja fazendo uso político da situação. | 
Nenhum comentário:
Postar um comentário