segunda-feira, 27 de outubro de 2025

Lula diz que 'em poucos dias' haverá uma solução definitiva entre EUA e Brasil

 

Ricardo Stuckert/PR



Carolina Juliano

O presidente Lula se encontrou ontem, na Malásia, com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e afirmou estar convencido" de que "em poucos dias" haverá um acordo definitivo entre Estados Unidos e Brasil sobre a taxação imposta pelo governo americano às exportações brasileiras. Os dois líderes se encontraram pessoalmente e tiveram uma conversa de cerca de 50 minutos que Lula classificou como "ótima" e disse que ficou com uma "boa impressão de que logo, logo não haverá problema entre os EUA e Brasil". "Se depender do Trump e de mim, vai ter acordo", disse. Lula informou também que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, fará parte das negociações, ao lado do chanceler Mauro Vieira e do vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin. Saiba mais.

 

Casa Branca diz que foi uma 'grande honra estar com presidente do Brasil'. Após a reunião entre os presidentes do Brasil e dos Estados Unidos, o perfil da Casa Branca na rede social X publicou que o encontro com Lula foi uma "grande honra" para Donald Trump. A publicação usou a imagem de aperto de mão entre Lula e Trump com a legenda: "É uma grande honra estar com o presidente do Brasil" em nome de Trump. O texto disse também: "Acredito que a gente deve conseguir fazer acordos muito bons para os dois países. Nós sempre tivemos uma boa relação, e acredito que continuará assim". Lula também usou o X para comentar a conversa, que definiu como "ótima". Em postagem, o presidente brasileiro afirmou que foi discutida a agenda comercial e econômica e informou que as equipes vão se reunir para discutir as tarifas e sanções imediatamente.

EUA querem que Brasil ceda em setores estratégicos. O colunista do UOL Jamil Chade ouviu fontes diplomáticas que disseram que na reunião entre Lula e Trump de ontem havia a expectativa de anúncio de uma queda imediata de parte das sanções impostas pelos EUA ao Brasil, e que a Casa Branca chegou a desenhar exigências que poderiam servir de base para uma negociação. Uma redução "substancial" das tarifas aplicadas a produtos brasileiros envolveria compromissos por parte do governo Lula para beneficiar os americanos em setores considerados como estratégicos para os EUA. Dentre os quais: redução das tarifas aplicadas ao etanol americano; acesso às terras raras no Brasil; acesso a compras governamentais e compromisso de investimentos de empresas brasileiras nos EUA. Leia mais na coluna.

Lula se coloca à disposição para atuar como mediador de tensão com Venezuela. Embora o tema não estivesse previsto para ser discutido no encontro com Donald Trump, segundo o chanceler brasileiro Mauro Vieira, o presidente Lula disse ao americano que a América do Sul é uma região de paz e que o Brasil estaria disposto a atuar pra a promoção da paz e do entendimento entre as nações. Antes de entrar na conversa, Trump afirmou a jornalistas que a Venezuela não seria um assunto da reunião. A iniciativa de abordar o tema partiu de Lula. A avaliação do governo brasileiro é de que uma incursão militar na Venezuela traria instabilidade na região e afetaria negativamente o Brasil. A proposta ocorre em meio a um aumento das hostilidades entre EUA e Venezuela e depois que o Pentágono anunciou o envio do maior e mais poderoso porta-aviões do mundo para a região.

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