sexta-feira, 14 de novembro de 2025

Polícia Federal prende ex-presidente do INSS e implica ex-ministro de Bolsonaro

 

Geraldo Magela/Agência Senado


Carolina Juliano

Em uma nova fase da Operação Sem Desconto, que apura o esquema de descontos não autorizados em aposentadorias e pensões, a Polícia Federal prendeu ontem o ex-presidente do INSS Alessandro Stefanutto e fez buscas e apreensões na residência de José Carlos Oliveira, ex-ministro do Trabalho e Previdência do governo de Jair Bolsonaro.

  • A PF apontou que Stefanutto recebia R$ 250 mil mensais no esquema de descontos ilegais quando comandava o órgão e que há indícios de que ele tenha exercido papel de facilitador institucional do grupo criminoso dentro do INSS. Segundo as investigações, o pagamento aos altos gestores do INSS era necessário porque, sem o apoio deles, seria impossível continuar com uma fraude de tamanha magnitude, que envolvia mais de 600 mil vítimas e gerava milhares de reclamações judiciais e administrativas.
  • As investigações apontaram ainda que Stefanutto avaliava e aprovava a manutenção dos convênios entre o INSS e a Confederação Nacional dos Agricultores Familiares e autorizava o processamento de cadastros de filiação encaminhados sem observar critérios legais e sem checar a manifestação de vontade dos beneficiários. A sua defesa declarou que a prisão é "completamente ilegal" e negou as acusações
  • A PF também apontou que há indícios de que esquema estava em funcionamento na gestão Bolsonaro. A investigação sobre José Carlos Oliveira, ex-ministro da Previdência e ex-presidente do INSS no governo Jair Bolsonaro, enviou mensagens de WhatsApp agradecendo pelo recebimento de propina por auxiliar o esquema de desvio de dinheiro dos aposentados. O ex-ministro mudou seu nome para Ahmed Mohamad Oliveira Andrade, após se converter ao islamismo.

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