segunda-feira, 18 de setembro de 2017

Jô não é criminoso, mas o tosco choro corintiano é ridículo


Nas redes sociais, nos bares e almoços familiares, os corintianos fazem explodir o que meu amigo Luis André Umtiti chama de complexo de povo escolhido. O povo eleito por Deus, sofrido. Perseguido por tudo e por todos. Os que sofrem sempre, os que são apedrejados e, que na ausência de um Moisés ou um Josias, sofrem na mão dos filisteus que usavam preto e que agora fazem propaganda nas costas.

Os garotos do Coronel Marinho, o grande culpado dessa bagunça toda. Eles, os corintianos, não conseguem aceitar um fato simples: o gol de Jô foi com o braço. Foi um gol que deveria ser anulado. Foi um gol que mudou o resultado do jogo. Tão simples. A culpa não é do Jô, é do árbitro ruim e é do auxiliar que estava pensando na morte da bezerra. Não, isso não pode.

Afinal, o povo de Deus nunca é ajudado. Até aceitam o erro, mas buscam a relativização. Só pode falar desse erro, quem falou do gol anulado contra o Flamengo, com mais de três metros. Todo mundo falou, camarada.

Todo mundo. Que besteira é essa, de dizer que não foi falado? E todo mundo falou do pênalti no Jô e todo mundo falou no gol anulado em Curitiba. Se não foi falado, como sabem que foi um impedimento de três metros, 28 centímetros e 12 milímetros? Sabem porque a televisão mostrou.

Então, foi falado. E o erro foi criticado. Como outros que prejudicaram o Corinthians. Como outros que ajudaram o Corinthians.

Então, vamos fazer o raciocínio inverso ao dos sofridos componentes do povo eleito. Se você não criticou o erro a favor do Flamengo, não pode criticar agora o erro a favor do Corinthians (é o que dizem).

Se você criticou o erro do Flamengo, se mediu o impedimento com treno ou teodolito, então deveria criticar agora o erro do Elmo, é o que eu digo. Ou vamos relativizar sempre? No próximo erro contra o Corinthians, devemos lembrar de Fábio Costa? Quando chorarem por Amarilla, vamos lembrar de Castrilli?

Enquanto todos continuarem relativizando, o Coronel Marinho continuará fazendo um papel horrível no comando da arbitragem. Agora, vamos falar de Jô.

Não há nenhuma comparação entre o lance do gol e o lance em que Rodrigo Caio o livrou do segundo cartão amarelo. São coisas diferentes.

Eu não sei se Rodrigo Caio diria que fez um gol com a mão. Tudo leva a crer que sim, mas não tenho certeza. O lance não aconteceu. São comparações que não cabem.

A comparação que cabe é que Rodrigo Caio falou a verdade e foi um gigante. Jô falou mentira e foi um anão.

Falou mentiras seguidas. Disse que foi com o peito. Depois, disse que não sabia. Depois que até o Donald Trump telefonou para o Nicolás Maduro e os dois concordaram que havia sido com a mão, ele ainda dizia que não sabia.

Não tem tato, o garoto Jo. Seu grande erro foi mentir ao dizer que estava tocado pela atitude de Rodrigo Caio e que ele seria uma inspiração em sua vida.

Agora, não se pode buscar referências na política nacional para culpar Jô. Ele não tem milhões escondidos em casa, na cueca ou na mala. Ah, se tivesse a oportunidade, faria o mesmo? Ninguém sabe.

Quando se iguala tudo no mesmo balaio, não vamos e chega a lugar nenhum na luta por um país melhor.

Jô, como disse o Antero Greco, foi um cara de pau.

Não é um criminoso.

Podemos compara-lo com o cara que à mulher que está trabalhando e foi no estádio. Ou com a mulher que diz que vai na casa da mãe e foi no basquete. (Eu ia dizer shopping, mas seria machismo?) O gol de mão foi um golpe.

Não se pode compará-lo com outros que vivemos e que foram aplaudidos por muita gente que hoje crucifica o Jô.


Fonte: https://blogdomenon.blogosfera.uol.com.br/2017/09/18/jo-nao-e-criminoso-e-o-tosco-choro-corintiano-e-ridiculo/

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