quarta-feira, 8 de julho de 2009

COMUNIDADE DE PEQUIÁ REVOLTADA COM DEMISSÃO DE MÉDICO

E-mail recebido:
Prezado Wilton Lima, a seguir uma matéria sobre saúde e o povo de Pequiá.
Se o senhor achar interessante, pode publicar, anexando também os assinatários.
Muito obrigado,
Pe. Dário

Matéria na íntegra:
A demissão do Dr. Carlos e a opinião do povo

“Deixa o homem trabalhar!” é o grito de revolta do povo de Pequiá contra as demissões do dr. Carlos. Há duas versões pelo mesmo acontecimento: a Secretaria de Saúde alegou “motivos internos” não mais justificados; o próprio médico demitido disse publicamente na rádio que o Secretário lhe explicou que estava sendo demitido “por ser inimigo da Prefeitura”.

O povo, que conhece a história do Município e as qualidades profissionais do dr. Carlos, pode julgar sozinho.

Confrontados publicamente, o Secretario de Saúde e a senhora Celeste disseram que toda família tem motivos internos de escolha que não podem ser revelados. Deve ser que consideram o Município como uma “grande família”, controle de um clã que não precisa esclarecer suas escolhas com o povo.
Também um conhecido radialista comentou publicamente que “o prefeito não precisa prestar conta para ninguém”. Um dia o clã decide sem justificações as demissões de um profissional de qualidade, dois dias depois tem a hipocrisia de sentar na Pré-Conferência de Saúde do Pequiá e dizer que “é importante ouvir o povo”.

Mas a paciência do povo chegou ao limite: quinta-feira 02 de Julho por duas horas debaixo do sol um protesto em frente ao posto de saúde gritou o cansaço e a raiva das pessoas.

Três atores, representando funcionários públicos, estavam amarrados, de boca fechada com fita isolante. No peito, um cartaz alegava: “Refém do poder público municipal”.

O Dr. Carlos foi substituído. Mas o recado da Prefeitura a todos os profissionais e aos movimentos sociais é claro: quem abrir a boca é logo cortado.

Honramos o Dr. Carlos pela sua atitude profissional, pelo compromisso com a comunidade, pela seriedade e dedicação no trabalho, pelo respeito para com os pacientes. No Município faltam no mínimo dez médicos; a Secretaria de Saúde continuamente lamenta a falta de médicos e se justifica dizendo que “toda semana estamos ligando nos Estados do sul do País pedindo que algum médico se disponha a vir até aqui”; mesmo assim, os administradores tiveram a coragem de demitir um dos melhores profissionais que temos!

Não cobramos somente o direito do povo a ter médicos ativos e corajosos. Precisamos no Pequiá de um posto de saúde digno, de um laboratório de análise, do plantão noturno. Exigimos uma ambulância de verdade e não um carro-fantasma que continua quebrado e nunca está disponível.
O povo de Pequiá está farto de promessas mal cumpridas: queremos nossa saúde garantida! Queremos viver!

Paróquia São João Batista, Associação dos Moradores de Piquiá, Centro de Defesa da Vida e dos Direitos Humanos, Centro Comunitário Frei Tito, Conselho Tutelar, Sindicato dos Metalúrgicos, Bom Samaritano, Associação Esportiva do Piquiá, Associação Cultural do Piquiá.

Vida e missão neste chão: http://dariocombo.blogspot.com/

É graça divina começar bem. Graça maior persistir na caminhada certa. Mas graça das graças é não desistir nunca.(D. Hélder Câmara)

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