Professor Francisco fala pela primeira vez à imprensa

DEU NO JORNAL DO MARANHÃO

Professor Francisco fala pela primeira vez à imprensa
Acusado de abusar sexualmente de sua neta, ele diz ter certeza de sua inocência

Buscando uma aparente tranquilidade, porém com as mãos bastante tremulas, o professor Francisco das Chagas Pereira Vieira, de 48 anos, concedeu na manhã de ontem, por volta das 10 horas, no Fórum José de Ribamar Fiquene, uma entrevista coletiva, onde afirmou ser totalmente inocente das acusações a ele imputadas.

Professor Francisco é acusado de ter abusado sexualmente da própria neta de apenas três anos de idade, sendo que o ato já foi comprovado através de exames laboratoriais, que constataram o estupro tanto pela vagina quanto pelo ânus da menina. As acusações foram feitas pela avó materna da criança, a senhora Silvana de Sousa Brito Daniel.

Após 74 dias preso no 1º Departamento de Polícia Civil e agora na 5ª Companhia Independente da Polícia Militar, o professor disse que não falou antes com a imprensa porque poderia prejudicar a sua defesa e que lamenta o pré-juízo que muitas pessoas fizeram dele, por não falar logo após sua prisão.

Francisco foi enfático ao declarar sua inocência. “Nunca houve este caso. As pessoas me conhecem, sabem do meu bom relacionamento com a minha neta. Minha neta pulava em meus braços e todos sabem que o abusado tem medo do abusador, por isso é notório a minha inocência”.

O professor diz não saber quem poderia ter praticado tal ato com a criança, mas atacou diretamente os avós maternos da menina. “Eu não teria um nome pra dizer. Só que não era na minha casa que a criança passava a maior parte do dia, era na casa dos avós maternos. Nem tão pouco era na minha casa que ocorria festas até altas horas da madrugada, com vários homens, inclusive o outro avô e primos”.

A avó da criança, segundo o acusado, estaria influenciando a menina, já que a mesma está sob sua guarda, o que lhe traz muitas preocupações, e disse também que a senhora Silva de Sousa teria ciúmes dele. “A avó está criando estórias macabras e colocando na cabeça da menina. O relacionamento dela com os avós maternos não era muito bom, e eles tinham ciúmes de nós por isso”.

Em relação às acusações feitas por outras pessoas posteriores à sua prisão, também sobre o crime de abuso sexual, Francisco disse que todos os seus acusadores são mentirosos e que há um jogo de interesse por trás da sua prisão, principalmente no cargo de diretor da escola Antônio Carlos Backman, o Bandeirantes.

“Foi um complô que armaram contra mim, para me incriminarem no caso da menina. Houve um jogo de interesse. Acho que alguém queria as minhas funções, como a direção da escola Bandeirantes. Essas pessoas estão mentindo”, afirmou categoricamente o ex-presidente da Academia Açailandense de Letras.

Sobre até um provável teste de DNA para comprovar sua paternidade da menina abusada, Francisco das Chagas afirmou que nunca houve nenhum tipo de teste. “Nunca foi realizado nenhum teste de DNA ou qualquer outro exame para provar nada. Inclusive eu mesmo perguntei quando fui preso, se havia algum teste que poderia identificar um elemento do abusador na criança, pois se houvesse, eu já estaria livre”.

Professor Francisco encerrou sua rápida coletiva desejando a todos que lhe acusaram previamente, a mesma experiência que está tendo. “No lado espiritual, acho que todo mundo deveria passar por um momento como o que estou passando. Estou escrevendo um livro. Está tudo bacana”, concluiu pouco antes de ser levado novamente à 5ª CI da PM.

Adiamento – a audiência sobre o caso do Professor Francisco mais uma vez foi adiada. A audiência que aconteceria no último dia 06 de agosto, foi transferida para ontem, 13, devido a ausência dos advogados de defesa.

Novamente pela ausência, dessa vez do juiz substituto do caso, Antônio Joaquim da Silva Filho – juiz titular da 1ª Vara da Fazenda Pública de Imperatriz, que veio substituir o juiz Cândido José Martins de Oliveira, mais uma vez a audiência foi adiada, sendo assim remarcada para a próxima quinta-feira, dia 20.
Cézar Jr.