ONG Repórter Brasil promove encontro nacional para aprofundar debate sobre trabalho escravo
Educadores e líderes populares participantes do programa “Escravo, nem pensar!” se reúnem com representantes de movimentos sociais e outras entidades para troca de experiências.A ONG Repórter Brasil e o Centro de Defesa da Vida e dos Direitos Humanos de Açailândia promoverão de 10 a 12 de outubro o I Encontro Nacional do “Escravo, nem pensar!” na cidade de Açailândia (MA).
O programa “Escravo, nem pensar!” existe desde 2004 e forma professores e líderes populares para atuarem na prevenção ao trabalho escravo nos municípios com alto índice de aliciamento ou de ocorrência deste crime. A partir do curso, os participantes são estimulados a multiplicar, na sala de aula e nas comunidades, as informações sobre esse tipo de violação dos direitos humanos.
O evento deve reunir cerca de 200 pessoas de seis Estados para promover troca de experiências e de produções culturais, além de dar destaque às experiências exemplares de prevenção e conscientização a respeito do trabalho escravo contemporâneo. Os seis Estados atendidos pelo programa até o momento são: Pará, Maranhão, Tocantins, Piauí, Mato Grosso e Bahia.
Segundo a coordenadora do projeto, Fabiana Vezzali, um dos principais desdobramentos do encontro será a criação de uma rede de prevenção ao trabalho escravo entre os participantes do programa, para que continuem trocando informações e compartilhando experiências em relação a essas questões.
A programação do evento prevê a realização de debates, oficinas e rodas de conversa sobre temas relacionados direta ou indiretamente ao trabalho escravo – como exploração sexual, questão agrária e meio ambiente – apresentações de trabalhos culturais desenvolvidos por participantes do “Escravo, nem pensar!” e apresentações culturais de grupos regionais.
Haverá também oficina de Comunicação que pretende estimular os participantes a publicarem fotos e textos sobre essas atividades durante o encontro. O endereço do blog é enenp.blogspot.com.
O evento tem o apoio da Prefeitura de Açailândia, Secretaria Especial de Direitos Humanos da Presidência da República, TAM Linhas Aéreas, Instituto Rosa Luxemburg Stiftung, Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais do Trabalho, Associação Nacional dos Procuradores do Trabalho, Ministério Público do Trabalho, Justiça do Trabalho, Organização Internacional do Trabalho e Arca FM 87,9.
Trabalho escravo contemporâneo
Mais de 35 mil trabalhadores foram libertados de situação análoga à de escravo desde 1995.
Levantamento realizado pela Comissão Pastoral da Terra ainda aponta que as denúncias sobre casos de trabalho escravo contemporâneo atingiram um recorde histórico no Brasil em 2008. Segundo os dados da CPT, houve 280 ocorrências no ano passado. Até então, o índice mais elevado havia sido registrado em 2005, com 276 denúncias.
ONG Repórter Brasil
A Repórter Brasil é uma organização não-governamental, sediada em São Paulo, fundada em 2001 para atuar na área de jornalismo social. Hoje, ela é uma das entidades da sociedade civil que integra a Comissão Nacional pela Erradicação do Trabalho Escravo (Conatrae) e atua em três frentes nesse sentido: por meio de uma agência de notícias sobre o tema e o programa de rádio “Vozes da Liberdade”, com o objetivo de aumentar a circulação de informações sobre o problema na mídia; um grupo de pesquisas sobre trabalho escravo, agrocombustíveis e outros temas relacionados; e o “Escravo, nem pensar!”.
Centro de Defesa da Vida e dos Direitos Humanos de Açailândia (CDVDH)
O Centro de Defesa da Vida e dos Direitos Humanos de Açailândia é uma organização não-governamental, sem fins lucrativos, voltada para a defesa da vida e a promoção dos direitos humanos.
O Centro de Defesa atua desde 1996 em Açailândia, e em alguns municípios do Estado do Maranhão, no combate ao trabalho escravo em carvoarias, madeireiras e fazendas. Também trabalha para a conscientização dos direitos da mulher; campanha de registro de nascimento gratuito; campanha estadual em prol da implementação da Defensoria Pública; campanhas contra a corrupção eleitoral; campanha contra a ALCA; formação político-social; denúncias de casos de tortura policial; prostituição infantil; violência contra a mulher; improbidade administrativa, entre outros.
Programa “Escravo, nem pensar!”
O Escravo, nem pensar! nasceu em resposta às demandas do Plano Nacional para a Erradicação do Trabalho Escravo (PNETE), lançado em março de 2003 pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O programa é considerado pelo governo federal e pelas entidades da Comissão Nacional de Erradicação do Trabalho Escravo (Conatrae) como o primeiro grande projeto nacional de prevenção à escravidão, implantado de forma sistemática no país.
Mais de duas mil pessoas já participaram das formações do “Escravo, nem pensar!” desde 2004, em 37 municípios, de seis Estados das regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste. A formação dos participantes é apenas o ponto de partida para todo um trabalho que é desenvolvido no município. Após o curso, a Repórter Brasil faz visitas de acompanhamento a cada local, reunindo os participantes de seis em seis meses, durante um ano e meio. Nesses encontros, eles têm contato com novos materiais e notícias sobre o assunto, discutem o que tem sido feito para prevenir o trabalho escravo, conversam sobre como superar as dificuldades e planejam ações futuras.
Serviço:
I Encontro Nacional do “Escravo, nem pensar”
Data: 10 a 12 de outubro de 2009
Local: Auditório Zeppelin e Escola Fernando Rodrigues –Vila Ildemar-Açailândia (MA)
Contatos:
Vanusia Gonçalves: (99) 8112-1480 / (99) 3538-2383 - CDVDH
Verena Glass: (11) 9853-9950 – ONG Repórter Brasil
I Encontro Nacional do “Escravo, nem pensar”
Data: 10 a 12 de outubro de 2009
Local: Auditório Zeppelin e Escola Fernando Rodrigues –Vila Ildemar-Açailândia (MA)
Contatos:
Vanusia Gonçalves: (99) 8112-1480 / (99) 3538-2383 - CDVDH
Verena Glass: (11) 9853-9950 – ONG Repórter Brasil
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