sexta-feira, 13 de novembro de 2009

CPI da Pedofilia em Açailândia

CPI da Pedofilia em Açailândia
Acusado chora e afirma nunca ter praticado sexo com adolescente

A CPI da Pedofilia ouviu na tarde de ontem (12) Geraldo Henrique Menezes, o "Geraldo da Motoca", um dos sete envolvidos no "Caso Provita". Ele depôs perante os membros da comissão na condição de testemunha, embora figure no processo como acusado. Geraldo se fez acompanhar por dois advogados e negou durante todo o depoimento que conhecesse as meninas que o acusaram da prática de orgias sexuais em motéis da cidade.

Geraldo Menezes derramou lágrimas perante a CPI, jurando nunca ter saído com garotas de programa ou ter pago qualquer mulher em toda a sua vida para a prática de sexo. Disse que toda a sua família é evangélica, tem dois filhos, ama e respeita a sua esposa.

Ele também negou conhecer Fabiano Sousa Silva, que seria o agenciador de meninas para pessoas influentes de Açailândia. Admitiu conhecer apenas outros dois acusados – Luís Janes Silva e Silva e Ildenor Gonçalves, mas que nunca saiu com eles ou fez parte do círculo de amizade de qualquer um deles.

Parte das informações prestadas por "Geraldo da Motoca" foram de encontro às informações prestadas à CPI pelo estudante Fabiano Sousa Silva, que figura no "Caso Provita" como o possível agenciador de adolescentes para orgias sexuais com homens influentes de Açailândia. Em depoimento à tarde, ele confirmou que à época em que o caso veio à tona, por volta de 2004, ter visto Geraldo em uma lanchonete na praça do Pioneiro na companhia de adolescentes.

O depoimento de Fabiano foi cheio de contradições. Inicialmente ele negou conhecer o advogado Antonio Borges Neto e disse não saber do envolvimento dele com as meninas. Mais adiante, no mesmo depoimento, afirmou ter estado um dia na casa de Borges, onde duas adolescentes amigas suas estavam hospedadas há duas semanas fazendo programa sexual.

Fabiano também garantiu que não recebia dinheiro para agenciar meninas e que conheceu as duas adolescentes que denunciaram a prática de sexo com empresários e políticos de Açailândia em uma lan house, tendo participado com elas de "corujões" onde eram fotografadas nuas. Confirmou que muitos homens influentes ligavam para ele solicitando a companhia das adolescentes e que as mesmas recebiam dinheiro diretamente das mãos deles.

O possível agenciador afirmou que esteve em uma reunião com as duas adolescentes, convocada por Luís Janes Silva e Ildenor Gonçalves, sendo que os dois prometeram pagar a elas R$ 10 mil para que não prestassem qualquer informação à polícia sobre este caso, dinheiro este que elas não aceitaram receber e que por isso teriam sido ameaçadas por Janes e Ildenor.

O depoimento de Fabiano estava sendo aguardado com expectativas pelos membros da CPI porque ele teria informações importantes a acrescentar ao "Caso Provita", porém à maioria das perguntas afirmou que só responderia reservadamente por questão de segurança. Disse que está sendo ameaçado e que só declinará os nomes em conversa reservada com os deputados. Ele também pediu proteção a si e à sua família.

A CPI também ouviu à tarde uma vítima da prostituição de Açailândia, que prestou depoimento com o rosto coberto. Hoje ela está casada e com filhos, mas afirmou que participou de orgias sexuais com outras duas adolescentes, patrocinadas pelos mesmos homens que figuram como acusados no "Caso Provita". A informante disse ter sido agenciada, por Fabiano, por volta de 2004, para os programas sexuais junto com as duas colegas e que recebia cada uma cerca de R$ 30.
(Fonte: Agência Assembleia)

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