"Operação Orthoptera" cumpre mandados de prisão

"Operação Orthoptera" cumpre mandados de prisão

A Polícia Federal (PF) e a Controladoria Geral da União (CGU) desencadearam, na madrugada dessa terça-feira (17), a "Operação Orthoptera". Ao todo, foram emitidos pela Justiça Federal 58 mandados e 55 foram cumpridos, sendo dez mandados de prisão temporária, 11 de condução coercitiva, 17 mandados de busca e apreensão e 17 de arresto de bens.

A PF utilizou 28 equipes para cumprir os mandados, que foram cumpridos em Alcântara e São Luís. Várias pessoas foram presas, entre elas a ex-prefeita de Alcântara, ex-funcionários da prefeitura e empresários, acusados de participação no esquema. Apenas três pessoas não foram encontradas.

A operação teve início em abril de 2008 e investigava os desvios do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb), do governo federal, que deveria ser usado para a construção de novas escolas, compras de merenda escolar e pagamento de professores.

Segundo Israel Carvalho, coordenador de operações especiais do CGU, entre os envolvidos está Heloísa Helena Franco Leitão, ex-prefeita e atual procuradora-geral de Alcântara. Ela, segundo Carvalho, seria o cabeça do esquema que desviou mais de R$ 5 milhões. Outro nome citado pelo representante nacional do CGU foi o de José Orlando Soares Leite Filho, ex-presidente do Sindicato da Construção Civil (Sinduscon). Ele está sendo acusado de ser dono de uma empresa fantasma que "lavava" o dinheiro.

De acordo com o balanço divulgado pela Polícia Federal, vários bens e três veículos foram apreendidos. Dentre o que foi confiscado, estão pilhas de notas fiscais e contratos falsificados.

"O esquema era tão bem elaborado que, além destes dois (José Orlando e Heloisa Leitão), até funcionários públicos e ex-funcionários participaram do golpe. Alguns eram usados como laranjas à frente de empresas de fachada e também de empresas fantasmas", afirmou Israel Carvalho.
A operação foi batizada com o nome de Orthoptera pela semelhança de como agem os insetos, como o gafanhoto. Para a PF, assim agia a quadrilha, em bando, destruindo tudo e depois indo embora.

Crimes - Segundo a polícia todos os envolvidos serão indiciados por formação de quadrilha, falsificação de documentos (público e particular), falsidade ideológica, uso de documentos falsos, fraude de licitação da lei 8866/93 e crime de responsabilidade de Prefeitos.
Esquema - Segundo Pedro Meireles, delegado da PF que coordenou a operação, os envolvidos desviavam recursos do Fundeb depois que estes eram depositados na conta da prefeitura de Alcântara. De lá, o dinheiro era repassado para algumas contas de empresas fantasmas e, depois, transferido para contas dos "laranjas" para que pudessem ser emitidas as notas falsas. A retirada da grana era o último passo da quadrilha, já que era o mais fácil de ser feito. Os acusados retiravam os valores diretamente no caixa eletrônico.

"Foi constatado este procedimento durante todo o período de investigações. Documentos apreendidos, análise de depoimentos e de bens trazidos para cá vão nos permitir apresentar todas as provas necessárias para a conclusão da operação", informou Pedro Meireles.

Com mandados de prisão temporária
Ronaldo de Amorim Plácio – ex-secretário de Finanças
José do Vale Silva Júnior – proprietário da empresa J.V Silva Júnior, montava os contratos
Dilma Maria da Silva – irmã de José do Vale
Antônia Hiêda Vieira dos Santos – esposa de José do Vale
José Carlos Garcia Ribeiro
Ludmila do Socorro Silva – irmã de José do Vale
Washington Charles Aragão
Carlos Augusto Morais – advogado
Heloísa Helena Franco Leitão – ex-prefeita e advogada
José Orlando Soares Leite Filho – advogado
Ronilson Alves de Jesus – dono da R. Alves

Com mandados de condução coercitiva
José Ribamar Moraes Sobrinho
Lindinaldo dos Santos Costa
Maria Genir Pimentel de Sousa – proprietária da MGP de Sousa Comércio e Serviços
Júlio Cezar Pereira Campos
Paulo Leitão Machado
Evandro Chear Hiluy
Renilson de Abreu Silva
Zanael Lima Fernandes
Raimunda Leudas Costa
José Honorato Serejo Filho
Antonio Raimundo França Pinho
José da Ascenção Sá Silva
Valdelice Sá Silva

Fonte: O Progresso.