“Pequiá de Baixo, uma Ilha de impurezas”.

Finalmente uma proposta mensurável que pode salvar a vida de mais de 1.500 pessoas

Açailândia – O Bairro Pequiá de Baixo ao longo da criação do setor industrial foi ficando Ilhado por 05 Siderúrgicas, Br-222, empreendimento da Vale e os dejetos poluentes que ficam acondicionados quase dentro das residências. Há décadas os moradores daquele Bairro lutam para se manterem em suas casas, mais foram vencidos pela quantidade de poluição produzida pela industrialização do ferro-gusa que geram lucros exorbitantes às empresas ali instaladas.

A solução passou então a ser outra, fugir da poluição e exigir do Poder Público o reassentamento das 365 famílias que habitam o Pequiá de Baixo.

Há cerca de 2 anos o Centro de Defesa da Vida e dos Direitos Humanos e Padres da Igreja Católica, junto aos moradores daquela localidade, iniciou uma verdadeira peregrinação na busca dos direitos daquela população carente.

Procuradora Geral de Justiça Visita Pequiá de Baixo

Através do empenho conjunto de Padres, CDVDH, Associação de Moradores do Pequiá de Baixo e principalmente da iniciativa do Promotor de Justiça Dr. Leonardo Tupinambá, o movimento pró-reassentamento cresceu de tal forma que na manhã de hoje (07) os moradores foram contemplados com a visita de ilustres autoridades locais e regionais, representantes de empresas e o poder público municipal; todos imbuídos de um único propósito, resolver os problemas daquela comunidade.

A Procuradora Geral de Justiça do Estado, Drª. Fátima Travassos foi a personalidade mais aguardada na reunião realizada nas dependências da Igreja São José, na data de hoje. Ela chegou acompanhada do presidente do Conselho Regional de Engenharia, dois defensores públicos, o secretário de meio ambiente de Açailândia Galvão, representando o prefeito de Açailândia foi apresentado o ex-vereador Joel Falqueto, recém nomeado administrador do Pequiá; além do gerente de relacionamento com as comunidades da Vale.

Os organizadores fizeram questão de ressaltar que foi protocolizado convites em todas as 05 Siderúrgicas instaladas no Distrito de Pequiá e infelizmente somente uma justificou a ausência.

O ponto alto da reunião ficou por conta das palavras da Procuradora Geral de Justiça do Estado, Drª. Fátima Travassos que foi enfática em dizer na condição de defensora dos direitos dos cidadãos não pode admitir que o lucro fácil seja em detrimento a qualidade de vida daquela comunidade. “Os direitos destas famílias precisam ser respeitados, elas terão que ser indenizadas e reassentadas em um local digno; e acredito que para isso acontecer não será necessário buscar as vias judiciais”, acrescentou a Procuradora. Vale lembrar que este impasse já é objeto de inquérito civil sob a iniciativa e coordenação do Ministério Público de Açailândia, na pessoa do Dr. Leonardo Tupinambá.

Os demais que usaram a palavra só sustentaram o mesmo compromisso, que é o de buscar a solução para os problemas vividos pelos moradores do Pequiá de Baixo.

SIFEMA vai construir 300 casas

Os pontos mensuráveis e mais positivos da reunião, segundo a ótica deste blogueiro, ficaram por último. O representante do CDVH, Antonio Filho, ficou encarregado de levar àqueles moradores que em uma pequena reunião acontecida na promotoria já teria ficado acordado que ao final de todas as negociações será criado um Termo de Ajuste de Conduta assinado por todos os atores envolvidos. O outro ponto, este ao meu ver mais importante ainda, foi o comprometimento firmado pelo Sindicato do Ferro-Gusa do Maranhão – SIFEMA, em construir 300 casas que beneficiarão as famílias do Pequiá de Baixo.