segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

ACM de Parauapebas denuncia quebradeira de empresas gerada por ‘calote’ da Vale no PA e MA

Do site da Associação Comercial de Parauapebas:

Nos últimos 12 meses quase 20 empresas apresentaram problemas de quebra, fechamento e atrasos nos pagamentos, gerando preocupações de toda a ordem. Muitos empresários necessitando vender ou prestar serviços, se submetem às pressões dos tomadores que não querem dar nenhuma garantia, mas como prestam serviços para a mineradora Vale, o empresário, embora temeroso, acaba cedendo à pressão e depois é surpreendido com algumas empresas que atrasam, outras que não pagam e outras que desaparecem, quebram ou falem, deixando o setor de comércio e serviços com os prejuízos e não sabendo a quem recorrer para se defender.

A Acip (Associação Comercial, Industrial  e Serviços de Parauapebas-PA) vem mantendo uma parceria com a Vale. A mineradora se comprometeu a priorizar os fornecedores locais e a reunir-se mensalmente com a diretoria da entidade para discutir os problemas pontuais e tentar, junto às gerências específicas e gestores de contratos, solucionar os problemas.

No entanto, desde o inicio do segundo semestre de 2010 as reuniões mensais não mais aconteceram. A Vale não informou o motivo da suspensão. O certo é que esses encontros eram e são importantes, necessitando que sejam retomados para que os problemas eventualmente surgidos entre fornecedores locais, Vale e terceirizadas, possam ser solucionados ou minorados. São os casos de rescisões abruptas de contratos, fechamento de empresas, demissões de trabalhadores e outros.

A Acip intermediou, com sucesso, conflitos envolvendo empresários locais e a Avis, depois intermediou o caso Hidelma, com 90% dos credores tendo recebido seus créditos. Depois teve o caso Doppler, que esperava tivesse um desfecho mais rápido. Na negociação ficou acordado entre a Acip, Vale e Dopler, que a multinacional faria o repasse à Tenova do que fosse devido pela Dopler aos fornecedores locais. Em contrapartida a Tenova efetuaria o pagamento. Passado quase um ano das negociações ainda faltam sete credores que esperam receber seus créditos. Falta a Vale repassar um complemento de pouco mais de R$ 150 mil prometido pela mineradora em reunião realizada em 23.11.10, em Belo Horizonte-MG. Contudo, por motivos desconhecidos, o financeiro da Vale até o momento não efetuou o repasse e nem informou quando vai efetuar.

Empresas locais e de fora batem às portas da Acip, umas pedindo a intermediação da entidade com a Vale. Alguns problemas existentes no que diz respeito a contratos mantidos com a mineradora, especialmente os chamados  contratos “guarda-chuva civil”, como foi o caso da Covap (Construtora Vale do Paraíba), que rescindiu o contrato com a multinacional. Segundo consta de um dossiê e relatório entregue à associação e repassado à Vale, a Covap se sentia impossibilitada de continuar com o contrato, pois estaria tendo prejuízos que superariam os R$ 5 milhões não lhe restando outra alternativa senão fechar a filial local e demitir seus 170 trabalhadores em Parauapebas.

A Covap ingressou junto à Vale com um pedido de ressarcimento pelos prejuízos sofridos, descritos naquele dossiê e relatório e esperava pagar as rescisões trabalhistas e fornecedores locais, com o que recebesse de ressarcimento. Mas o valor reconhecido pela Vale está aquém do que seria seu direito e insuficiente para pagar os compromissos com rescisões e fornecedores.

Agora surgiu a Maquipesa. A empresa está rescindindo todos os contratos mantidos com a mineradora. A decisão estaria fundada em prejuízos que teria sofrido na execução de contratos com a Vale, especialmente pela demora no aditamento, na assinatura e devolução, decisões sobre pleitos e não pagamento em dia de medições de vários contratos.

Já os credores da W.O Engenharia estão negociando seus créditos, estando a empresa dando como pagamento bens móveis e imóveis. Os credores que quiserem negociar terão que ir até São Luís do Maranhão. Leia a matéria completa aqui.

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