quinta-feira, 3 de março de 2011

Vale diz que não deu calote na WO

Da Agência Assembleia

O deputado Neto Evangelista (PSDB) reuniu-se na manhã desta quarta-feira com o gerente de relações institucionais da Vale, Dorgival Ferreira Pereira, para discutir as denúncias que envolvem a Companhia e empresas maranhenses, que gacabou por atingir milhares de trabalhadores maranhenses. Neto Evangelista é autor do requerimento que propõe realização de uma audiência pública para discutir a questão.

A reunião entre o representante da Vale e Neto Evangelista atendeu a uma solicitação da Vale que, na ocasião, colocou-se à disposição do parlamento para prestar, a qualquer momento, esclarecimentos com relação aos contratos firmados com empresas maranhenses.

Durante o encontro, Neto Evangelista esclareceu que pediu uma audiência pública movido pela preocupação de assegurar os direitos dos trabalhadores e o desenvolvimento social e econômico do Estado do Maranhão, em face das graves denúncias. Ele detalhou que o objetivo da audiência pública é ouvir os dois lados (empresas e Vale) para avaliar a realidade dos fatos e suas conseqüências e, ato contínuo, apontar soluções.

Os esclarecimentos prestados por Dorgival Pereira se limitaram a W. O. Engenharia. Ele qualificou como inverídicas as informações de que a Companhia teria deixado de fazer repasses à empresa, levando-a a bancarrota.

Ele afirmou que a W.O. não recebeu todo o valor orçado porque não honrou com o contrato, cumprindo apenas 18% dos serviços que deveriam ser executados. Segundo o gerente, a W. O. possui um débito com a multinacional no valor de R$ 12 milhões.

Ele detalhou que o contrato entre a Vale e a W. O. Engenharia foi assinado em maio de 2010, oportunidade em que a empresa recebeu um adiantamento no valor de R$ 10 milhões para executar o projeto de duplicação da ferrovia Carajás. Desse montante, a empresa só conseguiu justificar os gastos de R$ 2 milhões, restando assim R$ 8 milhões que não foram compensados.

Em meio às dificuldades financeiras, a W. O. deixou de honrar com o pagamento dos seus trabalhadores, que entraram na Justiça reclamando seus direitos. A Vale foi intimada pela Justiça Trabalhista na qualidade de responsável solidária pelo crédito, já que os empregados foram contratados pela W. O. para prestar serviços para a Vale.

Cumprindo a decisão judicial, a Vale pagou os créditos trabalhistas, totalizados em R$ 9 milhões. Desse montante, apenas R$ 5 milhões foram deduzidos de créditos da W. O. com a multinacional, acrescendo em mais R$ 4 milhões o débito da empresa com a multinacional, elevando o seu déficit para R$ 12 milhões.

E-MAIL- Durante a conversa, Neto Evangelista questionou o posicionamento da Companhia com relação a um e-mail, supostamente enviado por um funcionário da Vale, que estaria sugerindo a cobrança de propina para as empresas contratadas pela multinacional.

Dorgival assegurou que a Vale tem a ética como parâmetro de conduta e que está investigando o fato e, assim que tiver respostas seguras as levará a público. “Qualquer desvio de conduta exige uma medida administrativa rigorosa”, garantiu

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