quarta-feira, 2 de julho de 2014

Lobão Filho está longe de ser o candidato frágil que a oposição maranhense imaginava

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Quando Lobão Filho (PMDB) foi indicado para disputar o Governo do Maranhão, escrevi: Luís Fernando era a qualidade, Lobão Filho é a quantidade. Com isso queria dizer que os políticos do grupo iriam abraçar em massa e irrestritamente a candidatura de Lobão Filho.

Em outro texto, escrevi que a candidatura de Lobão Filho representaria mais risco para Flávio Dino (PCdoB) do que a de Luís Fernando. E expliquei: Primeiro, terá todo o apoio do grupo a que pertence e contará com o auxílio luxuoso do pai, ministro Edison Lobão, há muito o político maranhense com melhor relacionamento com prefeitos.

Bom, houve até um tolo que deixou o seguinte comentário: “Edinho Lobão! hahaha.” Prova de que o torcedor geralmente vive a bons metros acima do chão.

Pois é, o crescimento imediato de Lobão Filho mostrou que a análise feita com a distância necessária tem reais chances de acertar, já os que trocam a análise dos fatos pela torcida descabelada de oposição…

Para a oposição, Lobão Filho era apenas um playboyzinho endinheirado. Quando ele começou a dar entrevistas, bem, viram que a coisa não era bem assim.

Eu havia escrito que o Maranhão precisa de um choque de capitalismo (referência à frase de Mário Covas, feita referindo-se ao Brasil, quando foi candidato a presidente da República).

Numa de suas primeiras entrevistas, Lobão Filho disse que o Maranhão precisa ser incentivado ao empreendedorismo e citou o exemplo do Ceará. Disse, ainda, que o Estado precisa ser gerido como uma empresa.

Não há como dizer que, se eleito, ele porá em prática o que disse. Mas a proposta é absolutamente correta. Ninguém precisa gostar dele ou mesmo votar nele para chegar a essa conclusão.

O certo é que a oposição acusou o golpe. Imediatamente tratou de criar factoides contra o adversário nas redes sociais. Primeiro, inventaram que ele não era candidato para valer e que seria substituído pelo senador João Alberto. Logo depois, trataram de espalhar que ele tinha uma condenação e era ficha suja, portanto, não poderia concorrer.

Para quem o considerava um mero playboyzinho, convenhamos, foi uma mudança e tanto. Por que inventar factoides contra um playboyzinho sem perspectivas eleitorais?

Depois dessa entrevista de Lobão Filho, reparem bem, Flávio Dino deixou de participar de eventos metido em camisa vermelha, ele que desde 2008, quando disputou a Prefeitura de São Luís, assim se vestia numa referência à esquerda e ao Partido Comunista do Brasil, partido a que é filiado. De quebra, passou a usar no pescoço uma cruz de madeira gigantesca.

Aliados de Lobão Filho afirmam que ele conta com o apoio de 198 prefeitos. O Maranhão tem 217 municípios. A ser verdade (não tenho como dizê-lo), trata-se de algo preocupante para a oposição representada por Dino.

Para completar, Flávio Dino coligou-se com o PSDB (tem como vice um tucano e apoia a candidatura de Aécio Neves a presidente da República). Escrevi um post no qual analisei a decisão de Dino como um equívoco. Antes que algum tolo diga besteira, repito que voto em Aécio Neves, afinal quero o PT longe da Presidência da República. Mas eu não sou candidato a coisa nenhuma.

Com essa decisão (e foi por isso que escrevi tratar-se de um equívoco de Dino), Lula e Dilma estarão no palanque eletrônico de Lobão Filho. Na verdade, isso tornou Dilma e o PT nacional mais dependentes do PMDB maranhense, sobretudo numa eleição em que as coisas andam um bocado complicadas para o petismo.

Com tudo isso estou a dizer que Lobão Filho irá vencer a eleição? Nunca. Só um tolo faria previsões ainda em julho. Da mesma forma que no post abaixo deste eu disse que Dino sai na dianteira, mas não ousei um palpite de vitória. Apenas procuro me aproximar o máximo possível dos fatos que cercam os dois candidatos de maior volume eleitoral até aqui.

O jogo, meus caros, está só começando.

Postado em Política, por Roberto Kenard

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