O ministro de Minas e Energia, Fernando Coelho
Filho, admitiu nesta segunda-feira (30) que as contas de luz poderão ficar
ainda mais caras no país. Questionado se o Comitê de Monitoramento do Setor
Elétrico (CMSE) poderá vir a despachar fora da ordem de mérito, ou seja,
acionar as usinas elétricas sem considerar o menor valor cobrado, ele admitiu
que é uma possibilidade.
“Está sendo cogitado, decidido não”, declarou o
ministro sobre a possibilidade do governo passar a autorizar a produção de
energia mais cara, cujo custo será, invariavelmente, repassado ao consumidor.
“Não há um risco mais severo de desabastecimento,
porém vai ter um impacto como já vem tendo na tarifa para o consumidor”,
afirmou.
O mudança está em discussão para preservar os
reservatórios das hidrelétricas, que estão em baixa diante da falta de chuvas.
Coelho Filho disse que há expectativa de que a
chegada de chuva reverta esta tendência. Porém, admitiu que as projeções
indicam que o período chuvoso não será suficiente.
Hoje as termelétricas são ligadas dentro da chamada
ordem de mérito, ou seja, são ligadas apenas as termelétricas que estão dentro
de um limite de preço.
O fim dessa ordem liberaria o acionamento de
qualquer termelétrica, o que poderia aumentar a participação da energia gerada
pelas térmicas no total. A energia termelétrica custa mais caro que a produzida
nas hidrelétricas.
O brasileiro já vem pagando mais caro pela conta de
luz. A taxa extra cobrada quando a bandeira tarifária está vermelha aumentou de R$ 3,50 para R$ 5,00 na
última terça-feira. A conta de novembro já terá essa tarifa
extra.
Eletrobras
O ministro esteve no Rio para participar de um
almoço com empresários do setor elétrico que participam do seminário sobre
Matriz e Segurança Energética Brasileira promovido pela Fundação Getúlio
Vargas. Ele atendeu a imprensa antes do encontro com os executivos.
Na ocasião, Coelho Filho disse que pretende enviar
ainda nesta semana a proposta de modelagem da privatização da Eletrobras à
Casa Civil, que ficará responsável por definí-la.
Para fechar a proposta, o MME depende da análise do
presidente Michel Temer. Segundo o ministro, o problema de saúde que afastou o
presidente temporariamente do trabalho adiou a análise do parecer. Todavia, a
expectativa é de que isso aconteça ainda na quarta-feira, véspera do feriado.
“Ficará à cargo da Casa Civil definir se a
modelagem será por meio de um projeto de lei com caráter de urgência
urgentíssima ou se por meio de uma medida provisória”, disse.
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