sexta-feira, 28 de abril de 2023

Assessor de Bolsonaro tentou reaver as joias até o último minuto

 

O tenente-coronel Mauro Cid, então ajudante de ordens, conversa com Bolsonaro no Palácio do Planalto
O tenente-coronel Mauro Cid, então ajudante de ordens, conversa com Bolsonaro no Palácio do Planalto
18.jun.2019 - Adriano Machado/Reuters
 
  
Assessor de Bolsonaro tentou reaver as joias até o último minuto

Diamantes são para sempre, e as investigações também. Em depoimento à Polícia Federal, o servidor da Presidência Clóvis Félix Curado Jr. disse que recebeu telefonemas em 30 de dezembro pedindo que retirasse os bens retidos. Duas pessoas faziam um último apelo, quando o ex-presidente Jair Bolsonaro já deixava o país: o ajudante-de-ordens Mauro Cid e o próprio chefe da Receita Federal.

O Ministério Público Federal viu sinais de peculato (desvio de dinheiro público) e também patrocínio de interesse privado, que são crimes, no caso das joias trazidas da Arábia Saudita. Essa investigação, a que o UOL teve acesso com exclusividade, é sobre o conjunto mais caro, avaliado em R$ 16 milhões. Como os bens já eram patrimônio público, pegou muito mal a tentativa de desviá-los para patrimônio pessoal do ex-presidente. "Urgência desproporcional", destacaram os procuradores. Em depoimento à Pf, o ex-presidente disse que não foi dele a urgência para reaver os presentes nem sabe de quem foi.

Lula está de volta ao Brasil. Depois de viajar a Portugal e Espanha, ele reuniu ministros na quinta (27) e pediu que os trabalhos da CPI mista dos atos golpistas não paralisem o governo. O petista visita hoje o Acampamento Terra Livre na Esplanada dos Ministérios, as atividades se encerram nesta sexta (28) sob o tema "O futuro indígena é hoje. Sem demarcação, não há democracia!".

Um novo acampamento foi marcado para junho a fim de mobilizar as lideranças contra o marco temporal. O marco opõe ruralistas e indígenas discutindo se a data de promulgação da Constituição de 1988 vale ou não para definir a ocupação de terras. O STF retoma a votação em 7 de junho. Veja fotos bonitas aqui, são delegações representantes de várias etnias.

GSI tem pente fino e manda embora militares. Mais 58 militares foram exonerados nesta quinta (27) do Gabinete de Segurança Institucional. Eles aumentam a fila de outros 29 agentes que haviam deixado as funções na véspera, vários deles em postos de direção. "Com a presença de extremistas, as trocas se tornam ainda mais importantes", disse Ricardo Capelli, o ministro-interino.

Josias de Souza registra que Gonçalves Dias havia colocado as cenas violentas da invasão do Planalto sob sigilo de cinco anos, e que Capelli realizou em apenas uma semana a "limpeza funcional" que o general se absteve de fazer. Em entrevista para DW, o professor Piero Leirner (UFScar) afirma que GSI e Forças Armadas pavimentaram os atos golpistas, preocupados apenas em proteger a instituição militar.

Nenhum comentário: