segunda-feira, 30 de setembro de 2024

Israel amplia ofensiva no Líbano, Hezbollah diz estar pronto para invasão

 

Moradores caminham pelos destroços de um bombardeio de Israel em Beirute
Moradores caminham pelos destroços de um bombardeio de Israel em Beirute
Bilal Jawich/Xinhua
 
  
Israel amplia ofensiva no Líbano, Hezbollah diz estar pronto para invasão

Israel ampliou sua ofensiva militar contra alvos no Líbano e no Iêmen nas últimas horas. Nesta segunda, o líder do Hamas no Líbano, Fatah Sherif, foi morto em um campo de refugiados no sul do país. Ele era um dos principais contatos entre o movimento de resistência palestino e o Hezbollah.

Na madrugada, o primeiro ataque da atual campanha a um bairro do centro de Beirute matou dois integrantes da Frente Popular para a Libertação da Palestina, um grupo com base na Cisjordânia. No domingo, Israel também realizou bombardeios no Iêmen contra bases dos Houthis, grupo apoiado pelo Irã.

Tanques e tropas israelenses estão se deslocando para a fronteira com o Líbano, de onde o Hezbollah continua a atacar o norte de Israel com foguetes.

A resposta do Hezbollah

Naim Qassem, um dos líderes do Hezbollah, disse nesta segunda-feira que o grupo libanês "está preparado para [enfrentar] uma invasão [de Israel] por terra e sair vitorioso".

Qassem também afirmou que a cúpula do grupo deve anunciar em breve quem será o substituto do seu líder máximo, Hassan Nasrallah, assassinado por um ataque israelense em Beirute na sexta-feira. Segundo Qassem todos os comandantes militares e líderes políticos do grupo têm vices, prontos para assumir a qualquer momento.

Transmitido pela TV Al-Manar, que pertence ao Hezbollah, o discurso de Qassem foi a primeira manifestação de um integrante da cúpula do grupo após a morte de Nasrallah. Segundo a correspondente do serviço persa da BBC em Beirute, Nafiseh Kohnavard, "ficou claro que ele queria transmitir a mensagem de que o Hezbollah ficará de pé, se reorganiza e continuará sua luta contra Israel".

Como identificar propagandas enganosas nos rótulos de alimentos



A pessoa que está tentando ser saudável é o principal alvo das alegações nutricionais. Ela entra no supermercado buscando produtos que vão ajudá-la a emagrecer, tratar ou prevenir doenças, viver mais e melhor. Para atingir seu objetivo, esse consumidor está disposto a pagar mais caro por alimentos especiais — e a indústria sabe disso. Na verdade, ele não está comprando comida, está comprando o sonho de ficar saudável.

Mas as prateleiras de "comidas saudáveis" revelam armadilhas comerciais que podem tornar esse sonho num pesadelo. Os rótulos atrativos estampam "benefícios" que convencem o cliente a comprar: "Zero açúcar", "Vegano", "Natural", "Sem glúten", "Sem lactose", "Rico em (preencha com seu nutriente preferido)". Esses são alguns exemplos de uma infinidade de termos desprovidos de significado, quando vistos de forma isolada.

A verdade, porém, encontra-se nas letras miúdas das listas de ingredientes e nos valores das tabelas nutricionais. Aprender a interpretar corretamente essas informações é fundamental para evitar que seu dinheiro e sua saúde escoem pelo ralo.

A chave para entender a qualidade dos alimentos está nos próprios rótulos. Aqui vão seis dicas para interpretá-los:

6 dicas para interpretar rótulos de alimentos

1. Entenda a lista de ingredientes

Esse campo revela do que o produto é feito, sendo ordenado do maior para o menor, ou seja, os primeiros ingredientes são os que estão presentes em maior quantidade.

Se açúcares, farinhas refinadas, gorduras artificiais ou aditivos aparecerem no começo da lista, o produto não será uma boa escolha, não importa o que diga a embalagem. Saber ler essa lista é fundamental. Sem essa habilidade, qualquer outra informação perde a relevância.

2. Cuidado com produtos 'light', 'fit','zero' ou 'diet'

Embora os produtos "light" ou "reduzidos em calorias" pareçam melhores, eles frequentemente incluem ingredientes questionáveis e aditivos extra. O termo "fit" não é regulamentado, portanto não tem um significado oficial (confira o exemplo desta tortilha que já avaliei no Guia do Supermercado).

"Zero" não é sinônimo de "low carb", pois esses produtos podem conter quantidades ilimitadas de carboidratos e até açúcares escondidos em ingredientes como suco de maçã ou de outras frutas doces. Além disso, muitos contêm grandes quantidades de polióis, como o maltitol, que podem dobrar ou triplicar de preço sem oferecer benefícios significativos.

3. 'Vegano', 'Natural', 'Sem glúten', 'Sem lactose' também não são garantia de qualidade

Uma batata frita em óleo vegetal pode ser tão vegana quanto um refrigerante cheio de açúcar, mas isso não os torna saudáveis. O termo "natural" tem conotação positiva, porém refere-se apenas à origem da substância, não às suas propriedades. Lembre-se de que existem até mesmo drogas de fontes naturais. A mesma lógica vale para os alimentos sem glúten e lactose, que são úteis para alérgicos e intolerantes, mas não trazem benefícios para quem os tolera. Ao invés de ajudar, essas palavras podem confundir o consumidor.

4. Considere o tamanho da porção real que você consumirá

Embora os valores em 100g das tabelas nutricionais sejam úteis para comparar produtos, as porções teóricas dos rótulos nem sempre correspondem à prática, e podem levar a escolhas equivocadas. Por exemplo, uma garrafa grande (500g) de iogurte pode destacar ter 28g de proteínas.

Porém, seria necessário beber todo o seu conteúdo para obter essa quantidade do nutriente. Meio quilo de iogurte não é uma porção realista, pois um copo típico tem até 200g da bebida. Avaliar o tamanho real da porção é uma forma de traduzir os dados do rótulo para a sua realidade.

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Uma garrafa grande (500g) de iogurte pode destacar ter 28g de proteínas, mas meio quilo do alimento não é uma porção realista, que você consome de uma vez

Reprodução

5. Não fique obcecado com calorias

Focar apenas nas calorias é um erro, é como escolher uma roupa apenas pela cor, sem considerar que o tamanho pode não ser o seu. O importante é a qualidade dos alimentos, não apenas o seu conteúdo calórico.

6. Seja crítico com as alegações de "alto teor de proteína" e "alto teor de fibras"

Produtos funcionais, com esses apelos, estão cada vez mais presentes nos supermercados. No entanto, o consumo de fibras provenientes dos alimentos industrializados nem sempre garante uma melhora no trânsito intestinal e, sem a ingestão adequada de água, pode ter o efeito oposto.

Quanto à proteína, que está em alta, tenha uma atenção redobrada. Nem todos os produtos "ricos em proteína" são saudáveis, como alertei nesta edição da cerveja "proteica".

É crucial identificar a fonte de proteína e verificar se você realmente precisa desse alimento extra. Além disso, algumas marcas aumentam o valor proteico adicionando aminoácidos ou proteínas de baixo valor biológico, o que pode ser enganoso, pois as proteínas não são todas iguais.

Um produto rico em proteínas também pode conter altas quantidades de gorduras, carboidratos ou até açúcares, algo que vemos bastante nas barrinhas. Em qualquer dieta saudável, é importante que as proteínas venham de fontes naturais e de alta qualidade, como leite, ovos, carne, peixe ou nas combinações adequadas em dietas vegetarianas.

Uma alimentação saudável dispensa a maioria dos rótulos

Quanto mais alegações publicitárias o rótulo tiver, maior o risco de que ele esteja tentando distrair a sua atenção do que realmente importa. Na dúvida, deixe o produto na prateleira e prefira os alimentos in natura ou minimamente processados — eles não precisam de rótulos para nos convencerem de que são saudáveis.

Da próxima vez que você estiver no supermercado, escolha seus industrializados com atenção, desconsiderando o marketing das embalagens. Tomar decisões informadas não apenas permitirá que você melhore sua dieta, mas também contribuirá para mudar o rumo do mercado e da indústria de alimentos.

Quando o consumidor aprende a fazer escolhas melhores, a demanda muda e, eventualmente, a indústria muda

Sari Fontana,

química industrial de alimentos


Eu sou Sari Fontana, química industrial de alimentos e faço avaliações didáticas para ajudar você a comer de forma mais consciente (me siga no Instagram).

Como você já sabe, o Guia do Supermercado não é patrocinado por nenhuma marca. Por isso temos a liberdade de criticar, mas também de elogiar os produtos que merecem um lugar no nosso carrinho de compras.

Lembre-se sempre de conferir o rótulo dos produtos avaliados aqui, pois o fabricante pode alterar a receita a qualquer momento, adicionando ou substituindo ingredientes.

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sexta-feira, 27 de setembro de 2024

Lula pede urgência e governo deve proibir uso do cartão do Bolsa Família para bets

 

Reprodução
 
  
Lula pede urgência e governo deve proibir uso do cartão do Bolsa Família para bets
Carolina Juliano

Regulamentação deve ter regra com limite zero para o cartão do benefício. O presidente Lula demonstrou indignação a auxiliares durante viagem a Nova York ao saber das notícias sobre o impacto das bets nas contas dos mais pobres e cobrou de seu governo a edição, com urgência, de medidas para reverter o cenário. Segundo o ministro do Desenvolvimento Social, Wellington Dias, o cartão do Bolsa Família, que pode ser usado para compras no débito e outras movimentações, como saque do benefício, deve ser vetado para bets. Nota do Banco Central indicou gastos de R$ 3 bilhões em apostas por beneficiários do programa somente via Pix e no mês de agosto. Saiba mais.

Datafolha congela ante a banalização do grotesco

 

Da esquerda para a direita, Guilherme Boulos, Pablo Marçal, Ricardo Nunes, José Luiz Datena e Tabata Amaral
Da esquerda para a direita, Guilherme Boulos, Pablo Marçal, Ricardo Nunes, José Luiz Datena e Tabata Amaral
1º.set.2024-Reprodução/YouTube
 
  
Datafolha congela ante a banalização do grotesco
Rodrigo Barradas

Pouca coisa mudou na pesquisa Datafolha para a Prefeitura de São Paulo divulgada hoje. Pela terceira semana, Nunes manteve 27%. Boulos segue oscilando entre 26% e 25% (o número mais recente). Marçal teve crescimento numérico, de 19% para 21%, dentro da margem de erro, que agora é de dois pontos (nas anteriores, eram três). Tabata foi de 8% a 9% e Datena segue estacionado nos 6%.

Leonardo Sakamoto vê na estabilidade uma certa exaustão do eleitor com a baixaria da campanha. "Tal como a cadeirada de José Luiz Datena em Pablo Marçal não alterou as intenções de voto na eleição paulistana, o soco do assessor de Marçal que tirou sangue do marqueteiro de Ricardo Nunes, no debate do Flow, nesta segunda (23), também não mudou a corrida. A população pode estar cansada da violência física e verbal que acaba ofuscando o debate de ideias. Ou passou a encarar o pleito apenas como entretenimento e ainda está pensando em quem expulsará da casa em 6 de outubro", escreve.

Josias de Souza teme pela qualidade dos próximos espetáculos: "Contra esse pano de fundo marcado pela divisão da direita e pela inércia da esquerda, os próximos debates —TV Record, neste sábado; UOL-Folha, na segunda-feira; e TV Globo, na quinta— podem ser vistos por um franco-provocador como Marçal, numericamente atrás dos rivais, como convites para o vale-tudo. Depois da cadeirada, da expulsão e do soco, tornou-se impossível traçar limites para a insensatez".

quinta-feira, 26 de setembro de 2024

Comprei pela Internet e me arrependi! Especialista explica o que você deve fazer


Comprar pela internet oferece praticidade, mas também gera dúvidas. E se a roupa não servir ou o calçado apertar? Essa insegurança é comum entre os consumidores. Mas não se preocupe: se você se arrepender da compra, saiba que você tem direitos assegurados por lei para resolver essa situação.

O “Direito de Arrependimento” está previsto no artigo 49 do Código de Defesa do Consumidor (CDC), segundo a advogada e professora da Facimp Wyden, Gabya Martins. “Está garantido para o consumidor o direito de desistir de uma compra realizada à distância, desde que sejam cumpridas algumas condições”, explica. 

Segundo a advogada, o prazo para exercer esse direito é de sete dias a partir do recebimento do produto ou serviço. É importante frisar que é a partir do recebimento, ou seja, o tempo de entrega não é contabilizado nessa situação. “Nesse período, o consumidor pode solicitar o cancelamento da compra sem a necessidade de justificativa, basta entrar em contato com a loja virtual utilizando o mesmo meio de comunicação utilizado para realizar a compra”, esclarece.

“Ao optar pelo Direito do Arrependimento, o consumidor tem acesso à devolução integral do valor pago, incluindo as taxas de frete. O reembolso deve ser feito da mesma forma que o pagamento foi realizado. Por exemplo, se a compra foi feita com cartão de crédito, o valor será estornado na fatura”, detalha a professora.

É importante ressaltar que o direito de arrependimento não se aplica a todos os produtos. Bens perecíveis ou de consumo imediato, como frutas, leite ou refeições prontas, por exemplo, geralmente estão excluídos dessa regra. No entanto, caso o produto apresente defeito ou não corresponda às informações da oferta, o consumidor pode solicitar a troca ou a devolução do valor pago.

E se a loja se recusar a devolver o valor? “Em caso de recusa por parte da loja virtual, o consumidor pode procurar o Procon para fazer uma reclamação”, informa a professora da Facimp Wyden.



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James Pimentel - Assessor de Comunicação
Fone e Whatsapp: (99) 98416 7717

O fato consumado dos bilhões gastos em apostas

 


Rodrigo Barradas

A Folha mostrou hoje que os gastos dos brasileiros via Pix com apostas em 2024 deve chegar a R$ 216 bilhões. A isso, soma-se a informação do Banco Central de que beneficiários do Bolsa Família já injetaram R$ 5 bilhões nos jogos.

O vício em jogos toma o rumo de tornar-se uma calamidade no Brasil. Agora, que o fato já está consumado, autoridades falam em regulamentação e impactos na saúde pública.

Josias de Souza constata: "Não se chega a semelhante absurdo por acaso. Azeitado pelo lobby, o Congresso deu ao vício, no ano passado, o apelido de "jogo responsável". Junto com esse tipo de responsabilidade vem, como se sabe, a criminalidade — milícia, tráfico de drogas, lavagem de dinheiro... Lula sancionou a novidade antes de regulamentá-la".

Por falar em drogas, Leonardo Sakamoto faz uma comparação interessante: "O uso abusivo de jogo e de drogas deveria ser encarado com uma questão de saúde pública, mas o primeiro é visto como oportunidade pelos parlamentares, e o outro, como crime".

Onda de calor aumenta riscos de problemas cardíacos



Entenda o que acontece no organismo com esse calorão e saiba como se proteger



"Minhas mãos começaram a ficar geladas, senti tontura e aquela sensação de quase desmaio. A cidade está cada vez mais quente e essa sensação intensa de calor tem me deixado assim", relata o gestor de marketing, Daniel Gomes. Esses sintomas são um alerta: as altas temperaturas afetam a saúde do coração.


O cardiologista e professor da Faculdade de Medicina de Açailândia (IDOMED Fameac), Pablo Germano, explica: "O aumento das temperaturas causa vasodilatação nas artérias, o que pode levar à queda da pressão arterial e a diversos problemas cardíacos", alerta.

Segundo o professor, o calor intenso faz com que os vasos sanguíneos se dilatem, trazendo sintomas como tontura e mal-estar. E não é só isso. “O organismo também tenta compensar essa queda aumentando a frequência cardíaca, o que pode levar a arritmias e até mesmo a um ataque cardíaco", explica o cardiologista.

A desidratação é outro fator de risco, com o qual é necessário tomar cuidado. "Com o calor, perdemos muito líquido e sais minerais. Essa perda pode levar à desidratação, que por sua vez causa hipotensão, taquicardia e arritmias", alerta o cardiologista.

Idosos e crianças são os grupos mais vulneráveis aos efeitos das ondas de calor. "Crianças e idosos desidratam mais facilmente e podem apresentar quadros mais graves, como hipotensão e desmaio", afirma o médico.

TRATAMENTO

Para se proteger das altas temperaturas e evitar problemas cardíacos, o cardiologista recomenda hidratar-se constantemente, evitar exposição ao sol nas horas mais quentes e consultar um médico caso os sintomas sejam persistentes.  

"É fundamental que a população esteja atenta aos riscos do calor excessivo e tome as medidas preventivas adequadas", conclui o cardiologista.



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James Pimentel - Assessor de Comunicação
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terça-feira, 24 de setembro de 2024

Justiça decreta prisão de Gusttavo Lima em investigação de lavagem de dinheiro

O Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) decretou, nesta segunda-feira (23), a prisão preventiva do cantor Gusttavo Lima. A decisão é parte das investigações da Operação Integration, que apura um esquema de lavagem de dinheiro que já resultou na prisão da influenciadora digital Deolane Bezerra.

A prisão foi decretada pela juíza Andrea Calado da Cruz, da 12ª Vara Criminal do Recife. O mandado foi expedido após o Ministério Público de Pernambuco (MPPE) devolver o inquérito à Polícia Civil, solicitando novas diligências e recomendando a substituição das prisões preventivas por medidas cautelares. No entanto, a juíza concluiu que, “no momento, não vislumbra nenhuma outra medida cautelar menos gravosa capaz de garantir a ordem pública”. 

Operação Integration: cronologia do caso

O caso ganhou destaque após a prisão de Deolane Bezerra, conhecida influenciadora e empresária, que foi detida no dia 4 de setembro como parte da Operação Integration. A ação tem como alvo uma quadrilha suspeita de movimentar cerca de R$ 3 bilhões em atividades ilícitas, incluindo a lavagem de dinheiro proveniente de jogos de azar.

Deolane havia lançado, em julho deste ano, a empresa de apostas Zeroumbet, com um capital inicial de R$ 30 milhões. Após sua prisão, a Justiça determinou o bloqueio de R$ 20 milhões de seus bens e mais R$ 14 milhões de sua empresa. Além dela, mais de dez pessoas foram presas, incluindo o empresário Darwin Henrique da Silva Filho, dono da casa de apostas Esportes da Sorte, e sua esposa, Maria Eduarda Filizola.

Em depoimento, Deolane revelou que adquiriu um Lamborghini Urus S de Darwin por R$ 3,85 milhões, pagamento que, segundo a Polícia Civil, reforça os indícios de lavagem de dinheiro. A operação também resultou no sequestro de aeronaves, carros de luxo e no bloqueio de ativos financeiros no valor de R$ 2,1 bilhões.

Liberação e novas prisões

Após passar cinco dias presa, Deolane Bezerra foi liberada no dia 9 de setembro, beneficiada por um habeas corpus que permitia prisão domiciliar sob monitoramento eletrônico. No entanto, sua liberdade foi breve. No dia 10, a influenciadora teve a prisão domiciliar revogada por descumprir medidas cautelares e voltou ao presídio em Buíque, no Agreste de Pernambuco.

O Tribunal de Justiça negou, no dia 11 de setembro, um novo pedido de habeas corpus para Deolane, citando financiamento de protestos por parte de familiares da influenciadora.

Gusttavo Lima e a ampliação das investigações

A prisão de Gusttavo Lima representa a ampliação das investigações, que agora envolvem figuras públicas do entretenimento. Segundo fontes da Polícia Civil, há indícios de que o cantor tenha envolvimento em transações financeiras suspeitas, ligadas ao esquema de lavagem de dinheiro. O advogado de defesa de Lima ainda não se pronunciou publicamente sobre a prisão.

A operação continua a desdobrar novos fatos e prisões, com a expectativa de mais movimentações nos próximos dias, conforme as investigações avançam.

segunda-feira, 23 de setembro de 2024

Marçal caiu da cadeira antes da cadeirada, mas ajudou Nunes

 

Ricardo Nunes e Pablo Marçal em debate para a Prefeitura de SP

Ricardo Nunes e Pablo Marçal em debate para a Prefeitura de SP

Reprodução/YouTube

Marçal caiu da cadeira antes da cadeirada, mas ajudou Nunes

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José Roberto de Toledo

O Datafolha já tinha mostrado na semana passada e reforçou a constatação com a pesquisa divulgada nesta quinta-feira: Pablo Marçal (PRTB) caiu na intenção de voto e cresceu na rejeição. Sua viabilidade eleitoral é decrescente. Não, não foi a cadeirada. Ele já havia caído da cadeira e por sua própria culpa pelo menos uma semana antes de ter sido agredido durante um debate com outros candidatos a prefeito de São Paulo.

A direita brasileira não é solidária nem na cadeirada. Marçal ficou se lamuriando sozinho na ambulância que foi buscá-lo no estúdio da TV Cultura, onde havia sido golpeado com uma banqueta de metal após provocar o candidato do PSDB, José Luiz Datena.

Quase ninguém do mundo político se solidarizou com o Marçal. O também influencer Nikolas Ferreira (PL) foi o autor do post de maior engajamento sobre o tema. Limitou-se a lacrar, dizendo, em tom jocoso: "Datena vai aparecer no Datena". Nada sobre Marçal.

Marçal foi vítima do próprio veneno. Havia semanas, ele vinha desmoralizando os debates e tratando o processo eleitoral como um espetáculo de stand-up de baixa qualidade. Quando suas provocações finalmente levaram Datena às vias de fato (ele chamou-o, dissimuladamente, de estuprador), a agressão física não gerou indignação, compaixão. Virou piada, chacota, gozação.

Marçal consolida-se, assim, como um mosquito político: incomoda muita gente, impede o eleitor de se concentrar no que importa, rouba atenção e ainda transmite vírus (via redes). Mas sua influência é um surto: teve um pico de contágio e logo refluiu.

O mosquito ajudou Ricardo Nunes (MDB), porém. Monopolizou as atenções e evitou que o prefeito se tornasse o alvo de todos os seus adversários - como haveria de ser se Marçal não existisse.

BETS machuca mais que cadeirada!!!

 

Getty Images

28 milhões de brasileiros apostam o almoço para perder o jantar

José Roberto de Toledo e Thais Bilenky

É um mercado que movimenta mais de R$ 10 bilhões todo mês. É uma aposta em que a banca sempre ganha, e a maioria sempre perde. Assim funciona o mercado emergente das bets esportivas, dos cassinos, bingos e jogo do bicho online.

Após seis anos de vale-tudo, ele está sendo regulamentado pelo governo. Pela primeira vez, uma pesquisa face a face estima quantas pessoas fazem parte da jogatina.

Cerca de 28 milhões de brasileiros admitiram ao Ipec (antigo Ibope) já terem jogado online a dinheiro alguma vez na vida. É mais do que a população de Minas Gerais.

sexta-feira, 20 de setembro de 2024

A CADEIRADA FEZ MAL A PABLO MARÇAL EM SÃO PAULO

 

Ricardo Nunes e Guilherme Boulos

Ricardo Nunes e Guilherme Boulos

Gabriel Silva/AtoPress/Estadão Conteúdo e Mariana Pekin/UOL

Nunes e Boulos consolidam liderança, enquanto Marçal patina

Carla Jimenez

A cadeirada de José Luiz Datena (PSDB) em Pablo Marçal (PRTB) no último domingo durante o debate da TV Cultura foi uma das cenas mais grosseiras da política brasileira dos últimos tempos. Mas, recorrendo a uma metáfora religiosa — recurso em alta entre os candidatos no Brasil —, parece que Deus escreveu certo por linhas tortas, a se julgar pelo sentimento geral do eleitorado de São Paulo. A pesquisa Datafolha divulgada nesta quinta (19) e a Quaest, de quarta-feira (18), mostram que Marçal estacionou nas pesquisas. Na Quaest, inclusive, reverteu a tendência de crescimento que ele vinha apresentando desde o mês de julho.

No Datafolha, Ricardo Nunes (MDB) manteve os 27% que já haviam sido registrados na semana passada. Ele divide a liderança com Guilherme Boulos (PSOL) que oscilou levemente para cima, de 25% para 26%, em uma semana. Já o candidato do PRTB se manteve com os mesmos 19%. A margem de erro do instituto Datafolha, que ouviu 1.200 pessoas entre terça e esta quinta, é de 3 pontos porcentuais para cima ou para baixo, o que deixa o ex-coach empatado tecnicamente com Boulos.

Na Quaest, porém, Marçal caiu para 20% nesta semana, depois de alcançar 23% das preferências do eleitorado na pesquisa divulgada no dia 11 de setembro. Até então, a Quaest fazia a medição mensal, e em agosto Marçal marcava 19%. Em julho, eram 13%, e em junho, 11%.

Datena manteve os 6% no Datafolha, em empate técnico com Tabata Amaral (PSB), que soma 8%. Na Quaest, porém, o tucano teve uma oscilação positiva. Datena vinha em tendência de queda, mas subiu de 8% para 10% entre a semana passada e esta. A Quaest, que também tem margem de erro de 3%, foi feita entre o dia 15, e terça-feira 17 — ou seja, ouviu ao menos 85% dos entrevistados (1.200) depois do debate da Cultura, que foi transmitido ao vivo a partir das 22h de domingo e transmitiu a fatídica cadeirada.

Pelo andar da carruagem, Marçal parece começar a se isolar num possível terceiro lugar. Nesse caso, terá errado quem apostava que a estratégia de Marçal ganharia terreno até o final. Também, quem subestimou o eleitor e sua capacidade de avaliar os candidatos.

O resultado da Quaest pode ser lido apenas como uma foto no calor do momento. Mas, o Datafolha, captou, por exemplo, o debate transmitido na terça-feira (17) pela RedeTV!/UOL e que teve grande audiência na expectativa pós-cadeirada. E a percepção em relação aos concorrentes não mudou.

As agências de monitoramento de redes já vinham captando há algum tempo um sentimento negativo quanto à postura do ex-coach nos embates com seus adversários. Na TV Gazeta, uma pesquisa qualitativa com quem acompanhava o debate transmitido no dia 1º de setembro mostrou que os espectadores apoiavam os revides a Marçal, que provocava todos os adversários. Datena, inclusive, chegou a sair do seu púlpito e se posicionar diante de Marçal após nova investida. Acabou voltando atrás, mas chegou a dizer que teve vontade de dar um tapa em Marçal.

Nesta segunda, a agência Palver mostrou que o tema cadeirada explodiu no WhatsApp, mas curiosamente, 60% das menções eram favoráveis a Datena e negativas para Marçal. Foi o sentimento de "mereceu", depois que o influenciador chamou o tucano de "arregão" ao vivo e questionou se ele era "homem". "Você não atravessou o debate esses dias para me dar um tapa e falou que você queria ter feito. Você não é homem nem para fazer isso. Você não é homem ." Mexeu com os brios de Datena, e ele foi para cima de Marçal. "Prevaleceu a sensação de que o valentão, o sujeito que faz bullying, teve o que mereceu", diz Renato Meirelles, do Instituto Locomotiva.

O sentimento de "revide justo" (olho por olho e dente por dente, voltando a outra metáfora bíblica) não se diluiu ao longo da semana, segundo os estudiosos. E a rejeição a Marçal, que passou de 41% para 45% na Quaest e de 44% para 47% no Datafolha, parece comprovar que a cadeirada teve mais aceitação do que rejeição.