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Carolina Juliano |
Haddad faz pronunciamento e adianta medidas do pacote de ajustes. O ministro da Fazenda anunciou na noite de ontem que o governo vai isentar do pagamento de Imposto de Renda quem ganha até R$ 5.000 por mês, mas garantiu que a medida não terá impacto fiscal porque haverá cobrança maior de impostos para quem recebe mais de R$ 50 mil por mês. Hoje, a isenção vale para quem recebe até R$ 2.824 por mês. Segundo cálculos de especialistas, a medida deve custar R$ 45,8 bilhões por ano aos cofres público e vai isentar 36 milhões de contribuintes, o que representa 78,2% do total do país. O anúncio sobre a mudança no IR foi feito em meio a um discurso a respeito de um pacote de ajuste no Orçamento que será enviado ao Congresso e deverá ser detalhado na manhã de hoje pelos ministros Rui Costa, da Casa Civil, e Simone Tebet, do Planejamento e Orçamento. Veja lista de medidas anunciadas. Governo vai propor alíquota mínima de 10% sobre quem ganha mais de R$ 50 mil. A instituição do imposto mínimo será enviada junto com a ampliação da faixa de isenção para quem ganha até R$ 5.000. A expectativa do governo é de que a proposta seja encaminhada ao Congresso Nacional ainda neste ano para ser debatida ao longo de 2025 e valer em 2026. A taxação dos super-ricos virou uma bandeira de Lula e do PT e deve funcionar como um contraponto político às medidas de contenção de despesas que serão anunciadas. Leia mais. Ministro diz que ajuste fiscal economizará R$ 70 bilhões até 2026. Em pronunciamento em cadeia nacional de rádio e televisão na noite de ontem, Fernando Haddad mencionou a reforma na aposentadoria dos militares e a limitação das emendas parlamentares como algumas das medidas que serão propostas para diminuir os gastos públicos em R$ 70 bilhões até 2026. O ministro disse que o salário mínimo vai continuar sendo reajustado acima da inflação e que o abono do PIS/Pasep continuará sendo de até dois salários mínimos. Haddad disse ainda que o valor total das emendas parlamentares vai crescer abaixo dos limites das regras fiscais e 50% das emendas das comissões do Congresso passarão a ir obrigatoriamente para a saúde pública. Os detalhes do pacote serão divulgados na manhã de hoje. Veja o que mais ele falou. Dólar fecha no maior valor nominal da história. A moeda americana subiu 1,81% ontem e acabou o dia cotada a R$ 5,913, o maior valor nominal da história. O recorde anterior era de R$ 5,905, atingido em 13 de maio de 2020. Segundo analistas, a oscilação no câmbio foi uma reação à notícia de que o Ministério da Fazenda anunciaria a elevação da faixa de isenção da tabela do Imposto de Renda para R$ 5.000. O aumento da faixa de isenção é defendido por integrantes do governo como contraponto político a medidas do pacote de corte de gastos públicos que atingirão benefícios sociais. Especialistas em câmbio avaliam que a notícia envolvendo o IR, para o mercado financeiro, demonstra falta de comprometimento do governo com a situação fiscal do país. Saiba mais. |
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