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Camila Brandalise e Rogério Gentile, do UOL | |||
Para muita gente ainda pode parecer estranho falar em "vício em apostas". Uns chamam de bobo quem quer ganhar dinheiro fácil, outros dizem que é falta de força de vontade, continuam jogando por que querem. Afinal, não é só parar de apostar? Não. A dependência em jogos é considerada uma doença, mas diferentemente da química, se estabelece por um comportamento. Nesse caso, qualquer tipo de aposta que desencadeie a emoção de jogar, esperar o resultado, ganhar ou perder, jogar de novo. Quem para tem até sintomas físicos de abstinência, como suor e tremedeira. Por isso, há tantas notícias sobre pessoas que perderam quantias imensas de dinheiro. O compulsivo perde o controle. Na reportagem que publicamos hoje em UOL Prime fomos além: mais do que a perda financeira, que já é ruim, mostramos histórias de pessoas que chegaram a situações extremas por causa do vício. Crimes, suicídio, violência. Problemas que só tendem a aumentar, segundo especialistas, por causa da explosão das bets no Brasil. Por isso, falar em quem "mata e morre por bets", título do nosso texto, não é exagero. Para cada três pessoas com problemas em jogos, uma tem ideações suicidas. Entre quem não tem compulsão e quem não joga, o índice é de uma pessoa para cada oito. Também há pesquisas relacionando o aumento em gastos com apostas ao crescimento do número de crimes. Os dados são de pesquisas de países que passaram por situação parecida com a que vivemos no Brasil hoje. E, por aqui, há um consenso: a legislação que entrará em vigor em 1º de janeiro de 2025 precisa olhar para a saúde mental dos brasileiros, proteger jogadores e minimizar os estragos que as bets estão causando na vida das pessoas. A situação pode piorar muito.
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