terça-feira, 4 de fevereiro de 2025

Após recesso, Congresso e STF iniciam o ano pregando harmonia entre os Poderes

 

Abertura dos trabalhos legislativos de 2025 no plenário da Câmara dos Deputados

Abertura dos trabalhos legislativos de 2025 no plenário da Câmara dos Deputados

Lula Marques/ Agência Brasil



Carolina Juliano

Os trabalhos no Congresso Nacional começaram ontem, em Brasília, com a leitura de uma mensagem do presidente Lula na qual ele reafirmou o compromisso do governo com o equilíbrio fiscal em 2025, agradeceu aos parlamentares pela cooperação com o "projeto de reconstrução do Brasil" e disse que, nos dois primeiros anos do governo, houve a reafirmação do "compromisso com a democracia, o respeito às instituições e a relação harmoniosa entre os Poderes". Lula não foi à cerimônia e escalou os ministros Rui Costa (Casa Civil), Alexandre Padilha (Relações Institucionais) e Márcio Macêdo (Secretaria-Geral) para representá-lo. No STF, o presidente Luís Roberto Barroso abriu os trabalhos do judiciário também pregando união entre os três Poderes. "Todas as democracias reservam uma parcela de poder para ser exercida por agentes públicos que não são eleitos pelo voto popular, para que permaneçam imunes às paixões políticas de cada momento", disse ele em uma resposta a congressistas que falam em respeito ao voto popular. Saiba mais.

Alcolumbre e Motta dizem que anistia é o tema que mais divide os parlamentares. Os novos presidentes do Congresso, eleitos no último sábado, afirmam que podem pautar a discussão sobre anistia, mas sabem que o tema "é o que mais" divide o Legislativo e prometeram uma discussão "imparcial" e "pacífica" sobre o tema. O STF já responsabilizou 898 pessoas pelos atos golpistas, e os processos somam 371 condenações, além de 527 acordos com o Ministério Público Federal. A anistia aos réus e condenados é uma das bandeiras de Jair Bolsonaro, que espera que uma versão ampliada do projeto possa anular suas condenações na esfera eleitoral e habilitá-lo para a eleição do ano que vem. Hugo Motta prometeu levar o tema ao colégio de líderes da Câmara, e Davi Alcolumbre disse que o Senado não pode interditar o debate, mas que sabe que o tema não irá "pacificar o Brasil". Leia mais.

China retalia EUA com tarifas sobre produtos americanos. Em uma resposta rápida às novas tarifas sobre produtos chineses impostas por Donald Trump, o governo chinês renovou a guerra comercial entre as duas maiores economias do mundo anunciando taxas de 15% para carvão e GNL dos EUA e 10% para petróleo bruto. A tarifa adicional de 10% sobre todas as importações chinesas para os EUA entrou em vigor nesta terça e foi imposta pelo governo Trump para punir a China por não interromper o fluxo de drogas ilícitas para o país. Entenda.

EUA, Canadá e México adiam tarifas por um mês. Os três países fecharam acordos para evitar as tarifas comerciais, que entrariam em vigor hoje e poderiam abalar a economia global. As taxas foram suspensas por 30 dias, até que um acordo definitivo seja firmado. Em ambos os casos, a exigência dos EUA foi a de colocação de 20 mil homens na fronteira entre os países, 10 mil por parte do México e outros 10 mil pelos canadenses. O primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, anunciou que o país está reforçando a fronteira com novos helicópteros, tecnologia e pessoal para interromper o fluxo de fentanil. Do lado mexicano, a presidente Claudia Sheinbaum informou que também se comprometeu com Trump a reforçar as fronteiras do país para evitar o tráfico de drogas para os EUA. Segundo ela, os americanos se comprometeram, em contrapartida, a trabalhar para impedir o tráfico de armas de alta potência para o México.

Pesquisa mostra que Lula lidera todos os cenários para 2026, mas rejeição é de 49%. Segundo levantamento da Genial/Quaest divulgado ontem, se as eleições fossem hoje o presidente ganharia do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, de Gusttavo Lima, de Pablo Marçal, do deputado federal Eduardo Bolsonaro, do governador de Minas Gerais, Romeu Zema, e do governador de Goiás, Ronaldo Caiado. O cantor Gusttavo Lima aparece como o mais competitivo contra Lula em um eventual segundo turno, registrando 35% das intenções de voto, contra 41% de Lula. A rejeição do presidente, no entanto, é de 49%. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, é quem aparece com maior índice de rejeição na pesquisa: 56% dos eleitores disseram que não votariam nele. O segundo mais rejeitado é Eduardo Bolsonaro, com 55%. Veja todos os números.

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