As escaramuças político-econômicas entre EUA e Brasil -e entre oposição de extrema direita e governo brasileiro— relativas ao tarifaço de Trump, prosseguem a todo vapor, mais de duas semanas antes da possível entrada em vigor da taxação. Capitalizando sobre o que considera ser um ataque à soberania nacional, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou nesta segunda um comitê para avaliar as sobretaxas e reiterou que vai conversar pessoalmente com os empresários afetados pela medida trumpista. A estratégia também prevê contatos diretos com instituições americanas, segundo o vice-presidente Geraldo Alckmin. Para o colunista Felipe Salto, Lula se posicionou bem ao evitar se curvar a "desvarios e ameaças" após o anúncio de Donald Trump sobre o tarifaço -e ao partir para o caminho da negociação. Para Salto, é essencial ouvir o setor produtivo para conter os danos que as tarifas devem provocar. Já Amanda Klein ressalta que a Lei de Reciprocidade pode ser um caminho sem volta, que deveria ser usado pelo governo brasileiro apenas em último recurso. Josias de Souza comenta sobre a carta de resposta a Trump sobre o tarifaço, escrita pelo presidente do STF, Luís Roberto Barroso. Josias afirma que o texto, exaltando a independência do Judiciário, é sóbrio e necessário, porém tem um caráter prático "quase nulo", pois não vai mudar a opinião de um político que não se pauta pela verdade. Na arena política, Leonardo Sakamoto chama a atenção para o fato de o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, ter defendido o ex-presidente Jair Bolsonaro e a medida de Trump. Segundo Sakamoto, trata-se de uma movimentação de Nunes para tentar conseguir caminho livre na eleição estadual paulista com o apoio da franja bolsonarista do eleitorado. Sakamoto também comenta a postagem de Bolsonaro no fim de semana em que ele praticamente admite que as tarifas são uma chantagem por sua liberdade. Ironicamente, nota Sakamoto, o governo Trump quer que Lula atue no caso da mesma maneira que atua o tão condenado venezuelano Nicolás Maduro: interferindo no Judiciário -numa atitude que exala cinismo. E enquanto a direita se reorganiza diante do tarifaço que pode ter saído pela culatra, Josias critica as declarações de Lula no fim de semana. O presidente disse que quem come jabuticaba "não precisa de briga tarifária". Para Josias, Lula, que vem se posicionando bem até aqui na crise, derrapou ao dar declarações jocosas num assunto que pede seriedade —e pode acabar com um abacaxi. Felipe Salto: Lula acerta: o caminho é negociar Amanda Klein: Lei de Reciprocidade pode ser caminho sem volta contra os EUA Josias de Souza: Resposta de Barroso a Trump é sóbria, necessária e inútil Josias de Souza: Lula oferece jabuticaba a Trump, mas pode receber abacaxi Josias de Souza: Congresso teria que virar cinzas para tornar Bolsonaro uma fênix Leonardo Sakamoto: Nunes se alinha a Trump para sonhar com Tarcísio fora de São Paulo em 2026 Leonardo Sakamoto: Tarifaço: Bolsonaro reforça que está quebrando o Brasil por sua liberdade Reinaldo Azevedo: Trump acertou em cheio Tarcísio, o 'I Juca Pirama', e Teoria da Polarização Reinaldo Azevedo: Tarifa de Trump desfaz as ilusões sobre o pré-candidato Tarcísio Reinaldo Azevedo: Contra anticapitalismo, o multilateralista Lula reúne empresários Reinaldo Azevedo: STF e regras do jogo; a PGR na reta final; Moraes não se intimida Reinaldo Azevedo: Bolsonaros não parecem dispostos a passar o bastão para Tarcísio Wálter Maierovitch: Tarifaço de Trump já é causa perdida na Justiça dos EUA Mariana Sanches: Rumble e Truth Social veem ordem de Moraes como 'resposta direta' a Trump |
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