A movimentação do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) pelo projeto da anistia nesta semana é parte de um jogo de cena do centrão que envolve articulações para as eleições de 2026 e embates com o STF, analisam José Roberto de Toledo e Thais Bilenky. Na análise de Thais Bilenky, a articulação acontece em meio a uma série de demonstrações de poder do Legislativo diante do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro. "Primeiro, o Senado aprova uma mudança que afrouxa a lei da Ficha Limpa e permite que alguns políticos condenados, em vez de ficar oito anos sem poder disputar a eleição, possam ficar até quatro. [...] Depois, o Centrão apresenta uma proposta permitindo que o Congresso faça impeachment de diretores e presidente do Banco Central. [...] Depois, a federação UP (União Brasil e Progressistas) anuncia o desembarque do governo", relembra a colunista. "O grande movimento do Congresso essa semana foi a anistia", destaca Bilenky. Diante da pressão de partidos do Centrão, o líder do PT, Lindbergh Farias, afirmou após uma reunião com Hugo Motta, presidente da Câmara, que houve uma mudança de tom e que o projeto deve ser pautado. Embora os ministros do STF não tenham se pronunciado publicamente sobre o assunto, houve reação na corte. "Isso deflagra uma reação dos ministros do Supremo Tribunal Federal, em off, dizendo que crime contra o Estado Democrático de Direito não é passível de anistia", continua Bilenky. Até Luiz Fux, visto como o ministro "boia de salvação" do bolsonarismo, se posicionou contra a possibilidade de anistia. Apesar dessas articulações, a análise no governo é de que o projeto não passaria do Senado, conta Toledo. "O resumo é o seguinte, do que eu ouvi principalmente dentro do governo: O Hugo Motta não existe como presidente da Câmara, não tem força alguma, e se for forçado vai colocar em votação essa anistia. Essa linha de defesa não existe, o Hugo Motta não existe, mas que o Davi Alcolumbre, no Senado, vai barrar. Nem sequer colocar em votação". |
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