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Atuante, vereador em Açailândia vira alvo dos que nada fazem.

O vereador Juscelino Oliveira vem a cada dia sentindo na pele o preço de ser um vereador atuante. Por ironia, tudo começou quando deixou o grupo político do prefeito Ildemar Gonçalves, adversário da governadora do Estado, Roseana Sarney.

Juntamente com o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, a ministra Dilma Rousseff, o vereador Juscelino, mais Roseana, assinaram em São Luís, no dia 10 de dezembro, contrato junto à Caixa Econômica Federal para a construção em Açailândia de 250 casas dentro do programa “Minha Casa, Minha Vida”.

O valor da obra que vai gerar centenas de empregos é da ordem de quase 8 milhões de reais e o contrato foi assinado por total persistência do vereador Juscelino Oliveira, já que Açailândia deixou de ser incluída no programa porque o PLHIS (Plano Local de Habitação de Interesse Social) não havia sido elaborado pelo gestor municipal. Em resumo, a prefeitura falhou em seu papel de ajudar os mais necessitados.

O vereador Juscelino Oliveira, depois de ter lutado para trazer aos mais carentes de Açailândia as casas do programa “Minha Casa, Minha Vida”, que vai realizar para 250 famílias o sonho de ter a casa própria, afirmou que não esperava que a sanha de seus “agora” adversários chegasse ao ponto de tentarem lhe cassar o mandato legitimamente concebido pelo povo. “Sou um homem trabalhador. Isso é pecado?”, destacou.

Cassação de mandato

Na população de Açailândia, a notícia da tentativa de cassação do mandato do vereador chegou como uma surpresa. “Pelo que tomei conhecimento no mês passado, esse vereador conseguiu um feito que nenhum outro até agora conseguiu, que foi de trazer essas casas que estão sendo construídas para os mais pobres. Cassar por quê?”, perguntou Natalino Feitosa. O que ele fez de errado?

“Errado”, no caso, foi o vereador Juscelino Oliveira ter trocado de partido. Saiu do PSL para o PP, partido do deputado federal Waldir Maranhão, ex-reitor da UEMA, que tem um polo universitário em Açailândia. Estranho é que a saída foi consensual, quer dizer, houve acordo, tanto que os dirigentes do PSL não foram à Justiça Eleitoral no tempo permitido por lei, que é de 30 dias. Essa mesma decisão (de deixar um partido) beneficiou o vereador Irmão Carlos, que disputou a eleição para deputado estadual pelo PSDB, virou suplente e com a cassação da deputada Graciete Lisboa, assumiu o mandato.

Candidato a deputado

Nivaldo da Silva, morador do Pequiá, afirmou que o que está por trás da tentativa de cassação do mandato do vereador Juscelino é o medo. “Esse grupo que está no poder não conseguiu eleger um deputado estadual mesmo tendo todas as condições. Na verdade, falta nome. E o vereador está conseguindo conquistar aliados e trazer obras para Açailândia”. - É tudo inveja!, ressaltou. Nivaldo lembrou ainda que durante o primeiro mandato do prefeito Ildemar Gonçalves, foi no vereador que o prefeito encontrou sua maior sustentação. - Acompanhei de perto a luta de Ildemar para não ser cassado por Jeová e Juscelino foi quem mais lhe ajudou.

Dona Maria do Carmo, que lava roupas no rio Açailândia, de onde tira seu sustento com muita dignidade, diga-se de passagem, reagiu indignada quando tomou conhecimento do episódio. - Votei nele e se ele for candidato a qualquer coisa, voto, de novo. É homem que olha a gente sem falsidades e tem independência. Não é de dizer coisas para agradar. “Meu voto é sem cabresto”, desabafou.

Ouvido pela reportagem, o vereador afirmou que está tranquilo. “Confio na Justiça Eleitoral”. Para Juscelino Oliveira, o que todos deveriam fazer “é trabalhar. Buscar recursos para beneficiar a cidade e sua população. É por isso que, ao invés de ficar construído inimizades, busco amizades. Ao invés de buscar adversários, busco aliados”.