sexta-feira, 24 de agosto de 2012

A Educação na Política

 

* Por Anfrízio Meneses

Anfrízio MenezesEstamos no auge de uma campanha eleitoral para eleger prefeitos, vice-prefeitos e vereadores.

Em função disso, estamos convivendo com as propagandas eleitorais, veiculadas na TV, no rádio, nas redes sociais, nas ruas... O objetivo, certamente, é fazer com que o eleitor analise propostas, conheça os candidatos e, democraticamente, escolha aqueles que apresentarem uma filosofia política que se enquadre na sua própria filosofia política.

O voto é a materialização da fé, da crença e da esperança de que “aquele” candidato (o escolhido) faça realmente a diferença.

Mas é exatamente daqui que partem os questionamentos que fizeram nascer esta coisinha parecida com crônica: quem neste país tem, realmente, uma filosofia política? Qual partido político tem uma ideologia a ser seguida e respeitada (coligações, das mais estranhas,mostram o contrário)? Quem segue seus ideais e luta por eles de maneira justa, digna e honesta, se nunca, "na história deste país", as diretrizes da educação foram voltadas para incentivar o conhecimento e o acesso à ciência política?

É... Nunca houve nenhum interesse para que se aprendesse a diferença entre um verdadeiro estadista e um politiqueiro, entre alguém que faz a história ou uma fraude convincente.

Nelson Mandela, em um de seus pronunciamentos, disse que a educação é a arma mais poderosa que se pode usar para mudar o mundo.

Já para Paulo Freire, "não é possível refazer este país, democratizá-lo, humanizá-lo, torná-lo sério, com adolescentes brincando de matar gente, ofendendo a vida, destruindo o sonho, inviabilizando o amor...”.

Mas a nossa realidade indica que a escola não se preocupou em formar cidadãos críticos (não baderneiros), que soubessem ler as verdades nas entrelinhas do discurso ou pudessem detectar as mentiras, ditas no calor da eloqüência.

Ao contrário, sempre foi incentivado o modelo de pensamento colonialista, no qual as idéias e os ideais são afogados por um poder protecionista e manipulador, que engessa, paralisa e emburrece.

Resta perguntar se em tempos tão conturbados, de tanta inversão de valores, estamos conseguindo fazer da educação este instrumento de transformação. Se o conhecimento, a atitude ética, a formação do bom caráter, estão sendo priorizados diante de tantos modismos e de aprovação de leis que buscam favorecer os índices de aprovação dos alunos e de resultados que maquiam um nível de formação que, na verdade, não existe de fato.

Ainda segundo Paulo Freire, “se a educação sozinha não transforma a sociedade, sem ela tampouco a sociedade muda".

Por isso é preciso pensar na educação. Só ela é o caminho (longo, difícil... quase utópico) que pode salvar, enobrecer e prosperar um país que quer, realmente, ser de primeiro mundo.

Uma educação que faça com que o cidadão cresça como ser humano, que gere desenvolvimento pessoal através do conhecimento, que politize...para que haja engajamento e renovação.

Em época de eleição, é preciso estar de olho nas propostas dos candidatos no que concerne à educação e, após o sufrágio do voto, cobrar coerência no exercício do mandato daqueles que alcançarem o êxito eleitoral (fruto de nossa escolha).

Educação na política...

... Mas não apenas alfabetização, como pensam os velhos coronéis (achando que estão fazendo muito!).

* Anfrízio Menezes é advogado e ex-gerente do Banco do Brasil em Açailândia e Imperatriz.

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