Segundo o matemático financeiro José
Dutra Vieira Sobrinho, a inflação acumulada de 1/7/1994 até 1°/7/2015, medida
pelo IPCA, é de 402,4% (considerando um IPCA estimado em 0,7% em junho de
2015).
Em decorrência desse fato, a cédula
de R$ 100 perdeu 80,1% do seu poder de compra desde o dia em que passou a
circular.
Apesar de o valor de face da cédula
indicar R$ 100, o poder de compra da nota atualmente é de apenas R$ 19,90.
"O valor da moeda foi reduzido a um quinto nesses 21 anos", diz
Vieira Sobrinho.
Mesmo com desvalorização, real atingiu objetivos
O matemático financeiro acredita que
mesmo com essa desvalorização, o Plano Real tem sido uma vitória, pois a moeda
ainda tem poder de compra.
Heron do Carmo, professor de Economia
da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São
Paulo (FEA-USP), concorda com a análise do matemático financeiro.
"O Plano Real tem sido um
sucesso no sentido de controlar a hiperinflação. Para se ter uma ideia, apenas
no primeiro trimestre de 1990, a inflação foi maior do que durante todo o Plano
Real."
Segundo as contas do professor Vieira
Sobrinho, entre janeiro e março de 1990, a inflação pelo IPCA, no trimestre,
ficou em 437,02%, superior à inflação acumulada nos 21 anos do Plano Real, de
402,4%.
Entre as décadas de 80 e 90, o Brasil
viveu uma época de hiperinflação. Segundo cálculos do matemático, no período de
maio de 89 a abril de 90, a inflação foi de 6.821,3%, o que dá 42,3% ao mês, em
média.
"Uma nota que tivesse um valor
de face de 100 nessa época, em um ano valeria 1,44, ou seja, teria perdido
98,6% do seu valor", afirma o professor. "Em contrapartida, em 21
anos, o Real ainda preserva algum valor. Isso é uma vitória", diz.
Como se proteger da inflação?
Quem tem dinheiro para investir pode
aplicar em investimentos que rendam a inflação mais juros, protegendo o
dinheiro dos efeitos da inflação. A poupança fazia esse papel até o ano
passado, mas ela está rendendo abaixo da inflação. Ou seja, aplicar na poupança
não protege o dinheiro.
A alternativa podem ser títulos
públicos, como papéis do Tesouro IPCA+, que pagam a inflação mais um
percentual. Os especialistas também recomendam o Tesouro Selic.
Segundo
economistas, um pouco de inflação
pode ser saudável numa economia e é melhor do que a deflação (quando há queda
generalizada de preços).
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