Ronnie
Lessa recebeu uma moção de congratulações, aplausos e de louvor em 1998. Ele
perdeu a perna em um atentado a bomba há 10 anos. Élcio Vieira de Queiroz,
outro suspeito de participação na morte de Marielle, foi expulso da PM.
Ronnie Lessa, apontado como autor dos disparos contra Marielle, e Élcio Queiroz, suspeito de dirigir o carro — Foto: Reprodução/TV Globo |
Por
Gabriel Barreira e Janaína Carvalho, G1 Rio
O
policial militar reformado Ronnie Lessa, apontado
como o autor dos 13 tiros que mataram a vereadora Marielle Franco e o motorista
Anderson Gomes, já foi homenageado na Assembleia Legislativa do Rio de
Janeiro (Alerj) há mais de 20 anos e foi vítima de atentado a bomba.
Lessa
foi preso nesta terça-feira (12) na Operação Lume. Além dele, a força-tarefa
prendeu Élcio Vieira de Queiroz, suspeito de dirigir o carro que perseguiu a
vereadora. Os crimes completam um ano nesta semana.
Homenagem na Alerj
Então
terceiro-sargento da PM, Lessa recebeu uma moção de congratulações, aplausos e
de louvor no fim do ano de 1998.
A
homenagem foi do ex-deputado Pedro Fernandes Filho, já falecido, que era avô de
Pedro Fernandes Neto (PDT), outro ex-parlamentar estadual que atualmente é
secretário de Educação do governador Wilson Witzel (PSC). O autor da moção
também é pai da vereadora Rosa Fernandes (MDB).
Segundo
a família do ex-deputado, na época foram homenageados todos os 18 policiais do
batalhão de Irajá (9º BPM) que realizaram uma prisão.
No
texto, protocolado em 23 de novembro daquele ano, Fernandes justifica o prêmio
pela maneira como Lessa e os outros policiais vinham "pautando sua vida
profissional como policial militar do 9º Batalhão de Polícia Militar
(BPM)".
"Sem
nenhum constrangimento posso afirmar que o referido militar é digno desta
homenagem por honrar, permanentemente, com suas posturas, atitudes e desempenho
profissional, a sua condição humana e de militar discreto mas eficaz.
Constituindo-se, deste modo, em brilhante exemplo àqueles com quem convive e
com àqueles que passam a conhecê-lo".
Pedro
Fernandes Filho foi decano da Alerj, chegando à marca de 10 legislaturas. Na
sua última eleição, no final da década de 2000, o ex-marinheiro e combatente da
Segunda Guerra Mundial se elegeu pelo PFL com cerca de 47 mil votos.
Suspeito
perdeu a perna em ataque
O
sargento reformado Ronnie Lessa perdeu uma das pernas em um ataque a bomba na
Zona Norte do Rio, há 10 anos. Segundo a polícia, o autor do atentado tentou
matar, também com explosivos, o
contraventor Rogério de Andrade. Diogo Andrade, filho de Rogério, morreu na
ocasião.
A
explosão no carro de Lessa ocorreu quando ele passava com o seu carro, uma
picape Hilux prata, pela Rua Mirinduba, a poucos metros do 9ª BPM (Rocha
Miranda).
Após a
explosão, o PM teria tentado saltar da picape, mas ficou preso ao cinto de
segurança. Desgovernado, o carro percorreu uma distância de aproximadamente 150
m, até bater em um poste, deixando um rastro de sangue e combustível.
Élcio foi expulso da PM
Élcio
Vieira de Queiroz, de 46 anos, apontado como motorista do carro que perseguiu a
vereadora, foi expulso da Polícia Militar em 2015. O ex-PM
foi preso nesta terça (12) no Engenho Novo, na Zona Norte do Rio,
quando saía para trabalhar.
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