Série do g1 mostra vítimas das fake news no Brasil. Em um ano e meio, Fato ou Fake já checou 565 mensagens falsas sobre o novo coronavírus.
Rodrigo perdeu o pai, Luíz Carlos, para a Covid após ele se automedicar e ignorar a gravidade da doença. Marconi quase morreu após se negar a usar máscara e ter de ser levado de cadeira de rodas em estado crítico ao hospital. Adriana não conseguiu nem se despedir da mãe, Maria das Graças, que dizia que a doença era apenas uma “gripezinha” e que caixões estavam sendo enterrados sem ninguém dentro. Iomar só passou a levar a pandemia a sério depois de perder para a doença a mulher, os sogros e o irmão Anthony, enfermeiro que ficou famoso nas redes sociais por compartilhar mensagens antivacina.Essas são apenas algumas das vítimas da desinformação em meio à pandemia da Covid-19, que já deixou mais de 600 mil mortos somente no Brasil. Uma pandemia agravada por uma enxurrada de informações falsas e enganosas disseminadas nas redes sociais.
Em um ano e meio, o Fato ou Fake, serviço de fact-checking do grupo Globo, publicou 565 checagens sobre a Covid-19. Tirou a limpo mensagens mentirosas e distorcidas contra máscaras, em defesa de receitas e medicamentos sem comprovação científica e contra as vacinas, entre outros temas recorrentes de negacionistas.
Mais do que confundir ou criar dúvida na população, essas mensagens falsas têm levado as pessoas a tomar atitudes que colocam a própria vida e a de outras pessoas em risco. Não usar máscara, se expor sem necessidade, não se vacinar, tomar remédios ineficazes…
Nos próximos dias, o g1 vai mostrar as histórias de Rodrigo, Adriana, Marconi e Iomar. Os dois primeiros lidam com o luto de um parente que preferiu acreditar em informações enganosas; o terceiro, afetado diretamente pelas mensagens falsas, hoje se diz arrependido de não ter confiado na ciência; e o quarto, que perdeu vários parentes para a doença, conta que só passou a levar a sério a pandemia após as tragédias familiares.
Fato ou Fake
Desde o início da pandemia, ondas de desinformação atingiram as mais variadas pessoas.
Primeiro, foram as curas “milagrosas”. Água quente, vitamina C e limão, ozonioterapia, chá de erva-doce e fígado de boi, água tônica, açafrão, chá de boldo, de casca de quina quina ou de artemísia, limão, laranja e mel, enxofre, sal e zinco, melão-de-são-caetano. Uma lista interminável tomou conta das redes sociais, mesmo sem nenhuma comprovação científica.
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As 10 mais acessadas
Veja as 10 checagens mais clicadas ao longo da pandemia:
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