sexta-feira, 23 de junho de 2023

Defesa sustenta que o golpe de Bolsonaro foi contra a língua portuguesa

 

Tarcísio Vieira de Carvalho Neto, advogado de Jair Bolsonaro
Tarcísio Vieira de Carvalho Neto, advogado de Jair Bolsonaro
Reprodução/TSE
 
  
Defesa sustenta que o golpe de Bolsonaro foi contra o português
Rodrigo Barradas

O advogado de Bolsonaro no processo que corre no TSE usou uma estratégia interessante na defesa de seu cliente. Sustentou que o ex-presidente usou apenas uma linguagem inadequada na reunião em que disse a embaixadores que as urnas não eram confiáveis. Para Josias de Souza, o bacharel criou a tese de que a reunião "não foi parte de um plano para virar a mesa da democracia. Tratou-se apenas de um golpe contra a língua portuguesa".

Leonardo Sakamoto comenta outro argumento da defesa, o de que a minuta golpista não pode fazer parte do julgamento. O raciocínio se sustenta em analogia com um julgamento da chapa Dilma-Temer, em 2017, que não admitiu a anexação documentos novos no processo. "A tática não vai mudar nada pois compara duas coisas diferentes, mas deve ajudar na vitimização do ex-presidente", avalia.

O PL, de qualquer forma, já faz as contas do valor que seu integrante mais vistoso terá se for declarado inelegível. Para Thaís Oyama, a cotação do ex-presidente como cabo eleitoral ainda é alta: "à beira da inelegibilidade, o ex-presidente representa uma força inquestionável, como sabem, por exemplo, integrantes do PL que jamais admitirão em público o que dizem à boca pequena: Bolsonaro vale mais "morto" do que vivo".

Nenhum comentário: