Juscelino Filho é investigado no caso, mas não é alvo de mandados. A Codevasf é uma estatal responsável por realizar obras e serviços em estados do Nordeste, do Norte e no Distrito Federal.
Irmã do ministro das Comunicações, a prefeita de Vitorino Freire (MA),
Luanna Rezende, se tornou alvo de uma operação da Polícia Federal (PF) contra
supostos desvios na Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e
do Parnaíba (Codevasf), nesta sexta-feira (1º).
Luana Rezende foi afastada do cargo por decisão do ministro do Supremo
Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso. Ela estava no segundo mandato como
prefeita. O ministro Juscelino Filho, por sua vez, é investigado no caso, mas
não é alvo de mandados.
Segundo a colunista Camila Bonfim, o percurso dos recursos públicos
era o seguinte:
·
Ministro Juscelino Filho destinava dinheiro de emendas para a cidade de
Vitorino Freire.
·
A irmã dele era a prefeita da cidade.
·
Parte dos recursos era aplicada no asfaltamento de uma rodovia que leva
à fazenda da família deles.
A Codevasf é uma estatal responsável por realizar obras e serviços em
estados do Nordeste, do Norte e no Distrito Federal.
Os nomes de outros alvos da operação desta sexta-feira não foram
divulgados até a última atualização desta reportagem. O g1 procurou o
Ministério das Comunicações, Luanna Rezende e a Codevasf, mas não teve retorno
até por volta de 9h30.
Mandados em três cidades
Além do afastamento da então prefeita, Barosso autorizou que a PF
realizasse 12 mandados de busca e apreensão, nas cidades de São Luís (MA),
Vitorino Freire (MA) e Bacabal (MA). Além disso, estão sendo cumpridos:
·
Medidas cautelares diversas da prisão;
·
Afastamento da função pública;
·
Suspensão de licitações;
·
Vedação da celebração de contratos com órgãos públicos, bem como ordens
de indisponibilidade de bens.
Se confirmadas as suspeitas, os
investigados poderão responder por fraude a licitação, lavagem de capitais,
organização criminosa, peculato, corrupção ativa e corrupção passiva.
O nome desta terceira fase da operação Odoacro é "Benesse",
que, segundo o dicionário Oxford, significa “vantagem ou lucro que não deriva
de esforço ou trabalho”.
Operação Odoacro
A investigação, iniciada em 2021, teve a sua primeira fase deflagrada em
20 de julho de 2022, e a segunda, em 5 de outubro de 2022. Esta nova fase visa
alcançar o "núcleo público" da organização criminosa, informou a PF.
A principal empresa apontada no esquema é a Construservice, que tem como
sócio oculto Eduardo Costa Barros, preso na primeira fase. Segundo a PF, ele
comandava um esquema de lavagem de dinheiro realizado a partir do desvio de
verba pública, por meio de fraudes em licitações.
Na prática, os criminosos criavam empresas de fachada e simulavam
competições durante as licitações, com o propósito de fazer com que a empresa
vencedora fosse sempre a de Eduardo.
A Construservice fechou contratos com a Codevasf para realização de
obras de pavimentação com asfalto ou bloquetes, assinados entre 2019 a 2021, em
12 municípios. Somados, os contratos chegam a R$ 15 milhões.
A empresa foi a segunda que mais firmou contratos com a Companhia de
Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba no governo do
ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
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