sexta-feira, 26 de janeiro de 2024

Polícia Federal investiga ex-diretor da Abin por espionagem ilegal

 

Policias federais fazem buscas no gabinete de Alexandre Ramagem, ex-diretor da Abin, na Câmara dos Deputados
Policias federais fazem buscas no gabinete de Alexandre Ramagem, ex-diretor da Abin, na Câmara dos Deputados
MATEUS BONOMI/AGIF
 
  
Polícia Federal investiga ex-diretor da Abin por espionagem ilegal
Do UOL

Foram cumpridos 21 mandados de busca e apreensão em Brasília e 3 estados, além de medidas cautelares de prisão. O delegado Alexandre Ramagem, ex-diretor da Abin e atualmente deputado federal pelo Rio de Janeiro, está sendo investigado pelo uso ilegal de programa espião para monitorar adversários do então presidente Jair Bolsonaro. A PF encontrou ontem celulares e notebooks da Abin em endereços do deputado.

Entre os políticos, jornalistas e autoridades públicas vigiadas sem autorização da Justiça estavam o ex-presidente da Câmara Rodrigo Maia e ministros do Supremo Tribunal Federal. Em 2023, a PF encontrou na Abin um relatório sobre ações de inteligência que buscavam vínculos entre Gilmar Mendes e Alexandre de Moraes com a facção criminosa PCC. As "missões" teriam sido encomendadas durante a gestão de Ramagem, entre 2019 e 2022. Ele nega que tenha havido o que está sendo chamado de "Abin paralela". O software FirstMile foi comprado de empresa de Israel em 2018 e permite rastrear os deslocamentos dos celulares de até 10 mil pessoas, em um ano.

Rastro no sistema delatou monitoramento ilegal da Abin sobre o assassinato de Marielle Franco. A colunista Letícia Casado escreve sobre uma descoberta da CGU (Controladoria Geral da União) no escândalo dos monitoramentos sem autorização da Justiça realizados pela Abin durante o governo Bolsonaro. Um currículo da promotora de Justiça do caso Marielle causou estranheza porque foi impresso sem o logo da Abin nas instalações da agência.

Os registros no sistema mostraram que os documentos foram elaborados pelos policiais federais requisitados pelo então diretor Alexandre Ramagem, deputado do PL que foi alvo de busca e apreensão na quinta. Sete policiais federais tiveram as funções públicas suspensas. Leia aqui.

Nenhum comentário: