A "Cidade do Ferro só ficou atrás da capital São Luis e esses valores podem ser aplicados em infraestrutura, saúde e educação
Municípios afetados pela mineração recebem compensação financeira Foto: Warley de Andrade/TV Brasil
As cidades maranhenses que mais receberam Compensação
Financeira pela Exploração Mineral (CFEM) são: a capital São Luís (R$ 18 mi), Açailândia
(R$ 17,9 mi) e Alto Alegre do Pindaré (R$ 13,4 mi) - os dados são da Agência
Nacional de Mineração (ANM) entre maio e dezembro do ano passado.
A CFEM é uma contraprestação financeira aos
municípios produtores de minérios e aos que não produzem, mas, de alguma forma,
são afetados pela atividade de mineração. A compensação é cobrada das empresas
exploradoras do mercado de minério e distribuída mensalmente pela ANM, entre os
entes da Federação.
Assim, 60% é destinado aos municípios
produtores; 15% aos estados produtores; 15% é repassado aos municípios
afetados; e 10% vai para a União. O superintendente de arrecadação e
fiscalização da ANM, Daniel Polack, explica como funciona a distribuição dos
15% aos municípios impactados.
“Então 55% vai para ferrovia, 35% vai para
afetação de estruturas, 7% para operações portuárias e 3% para minerodutos. E
cada uma dessas modalidades tem uma regra de cálculo diferente para a gente
alcançar um índice que é o índice que cada município vai ter direito. Então por
exemplo na ferrovia o cálculo leva em consideração a extensão e a quantidade.
Quanto maior a extensão em quilômetros da ferrovia que estiver dentro do município
maior vai ser o índice, o percentual daqueles 55% de 15% que o município vai
receber. E também a quantidade, quanto maior a quantidade transportada maior
também vai ser o valor que o município vai receber, é proporcional”, afirma.
De acordo com a ANM, “os recursos originados da
CFEM não poderão ser aplicados pelos entes beneficiários em pagamento de
dívidas ou no quadro permanente de pessoal da União, dos estados, Distrito
Federal e dos municípios e sim aplicadas em projetos, que direta ou indiretamente
revertam em prol da comunidade local, na forma de melhoria da infraestrutura,
da qualidade ambiental, da saúde e educação.”
CFEM:
Minas Gerais e Pará foram os estados que mais receberam recursos em dezembro de
2023
CFEM:
arrecadação de royalties da mineração passou de R$ 6,8 bilhões em 2023
Municípios afetados
Segundo o consultor institucional e econômico
da Associação dos Municípios Mineradores de Minas Gerais e do Brasil (AMIG),
Waldir Salvador, os royalties dos municípios impactados foram introduzidos em
2017, durante o governo de Michel Temer, quando ficou definido que 15% seria
destinado aos locais afetados. Ele explica que vários municípios emprestavam
parte do seu território para que a atividade mineral exercida em outro local
fosse possível. Waldir Salvador ressalta a importância do repasse, em especial
para os municípios mais pobres
“Isso fez um efeito nessas cidades que você não
tem noção. Um recurso que passou a ser depositado mensalmente pelo governo
federal, que ele que recolhe e repassa, as empresas não passam direto para os
municípios, que ajudou o desenvolvimento de muitas cidades brasileiras. Foi
essa a intenção da criação dos royalties para impactados
Waldir Salvador defende que os recursos “são
fundamentais e fazem justiça com os municípios que mesmo não sendo produtores,
emprestam parte do seu território para a atividade funcionar bem.”
Fonte: Brasil 61
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