Segregação de Classes Sociais

Ildemar vai separar pobres, de ricos, no Açaí Folia

Açailândia – As micaretas, ou carnavais fora de épocas, são festas extremamente populares, as chamadas festas do povão, para o povão e normalmente são marcadas pela união de diferentes culturas, raças e classes sociais. Ledo engano, a ganância por altos lucros vem mudando ao longo dos anos o objetivo principal das festas carnavalescas, transformando-se em uma verdadeira divisão entre pobres e ricos.

Os baianos no último carnaval começaram a reagir, e uma das principais puxadoras de trios elétricos Margareth Menezes, acusou o Carnaval de favorecer os ricos e decretou o fim da corda em seu bloco. Margareth Menezes faz parte da folia do Carnaval de Salvador desde que a festa se profissionalizou e atraiu foliões de todo o Brasil. Apesar de ser um dos destaques do evento, ela não deixa de usar seu vozeirão para  criticar o forte apelo financeiro e valorização do dinheiro na folia. Quem não tem grana, pula do lado de fora da corda.

Em Açailândia a coisa é pior ainda, a festa que deveria ser do povo se transformou em um comércio covarde e mesquinho, implantando no Açaí Folia, uma doentia segregação de classes sociais.

O esquema que está sendo montado pelo prefeito Ildemar deixará de fora da festa de aniversário da cidade, todos os pobres que não possuírem os seus R$ 100,00 para comprarem seus abadás.

Um grande portão de isolamento e tapumes que foram montados ao longo do corredor da folia deixará a famosa turma da pipoca que sempre ficava de fora das cordas, mas que pelo menos de longe ainda participava da festa, agora totalmente impedidas de adentrarem no corredor da folia. Para piorar, aqueles coitados que se amontoavam na beira da Br-010 e debaixo dos camarotes na tentativa de admirar os seus ídolos, com a nova medida tomada pelo prefeito Ildemar, terão que se contentar em apenas ouvi-los de longe.

Revolta Popular

Não se contendo ao ver tal atitude tomada pela “turba” de Ildemar Gonçalves, em separar os ricos dos pobres, o locutor e ex-candidato a vereador “Bento Camarão”, resolveu interceder junto ao Secretário de Cultura do Município, Josué Alves, em favor da população mais pobre. Recebeu como resposta do despreparado secretário, de que a festa não é do povo, o Açaí Folia agora é uma festa privada. Bento reagiu dizendo: “mas como se a festa está sendo preparada pelos funcionários da prefeitura, inclusive o senhor”? Josué não soube responder.

Conversando com populares que acompanharam a montagem da estrutura separatista de Ildemar, o blog encontrou muita revolta – alguns ameaçam até derrubar o portão e os tapumes que impedem o povo de participar da festa. Se isso vier acontecer, pode ocorrer uma tragédia na festa de aniversário de 29 anos de emancipação política de Açailândia.

Calote

Os pobres receberam de Ildemar um grande, “não quero saber de pobres na minha festa”, já os mais abastados, os ricos, já levaram o primeiro calote; o material usado para confecção dos abadás, o chamado carimbo que vai diferenciar ricos, de pobres, é de péssima qualidade. “A minha decepção foi muito grande quando recebi o meu abadá, o material perde feio para o pano de chão da minha casa”, disse revoltado um folião.

Enfim, para aqueles que vão participar da festa algumas dicas:

Não exceda na bebida;

Não use drogas;

E se for transar, use camisinha.

Espero encontrar todos, com saúde e bem vivos, na segunda-feira!

Boas festas!!!