quinta-feira, 7 de abril de 2011

Atirador que matou 11 no Rio não tinha antecedentes criminais; em carta, ele disse ter aids

De O Globo:

Rio – A chefe da Polícia Civil do Rio, Martha Rocha, informou, na tarde desta quinta-feira, que Wellington Menezes de Oliveira, 23 anos, atirador do ataque à Escola Municipal Tasso da Silveira, em Realengo, na Zona Oeste do Rio, não tinha antecedentes criminais. Em entrevista coletiva na escola, a delegada disse que a polícia está investigando os motivos que levaram o ex-aluno de 23 anos a cometer os crimes. Ao todo, 11 crianças morreram no atentado. O governo estadual informou que a lista das vítimas da tragédia só será divulga após comunicado às famílias das crianças. Além disso, os nomes só serão revelados após a autorização dos pais.

- A Divisão de Homicídios está à frente da investigação. No momento, está sendo feita a perícia no colégio, que está interditado. O autor (dos disparos) não tem antecedentes criminais – disse Martha Rocha.

Wellington Menezes de Oliveira e as vítmas da tragédia que ele provocou no Rio de Janeiro

Os agentes da Divisão de Homicídios estão analisando imagens do circuito interno do colégio. O objetivo é traçar a dinâmica do ataque de Wellington. Durante o crime, ele colocou munição no revólver pelo menos duas vezes.

Agentes estão também na Rua Jequitinhonha, em Realengo, onde Welligton morou antes de se mudar para Sepetiba. Eles estão conversando com vizinhos em busca de informações sobre o caso.

A delegada Martha Rocha contou que o assassino entrou no colégio porque a unidade comemorava 40 anos. Wellington alegou que faria uma palestra para os alunos.

- Ele foi à primeira sala, fez os disparos, e depois entrou numa segunda sala, onde efetuou mais disparos. Daí para frente está sendo investigado.

O sargento Marcos Alexandre Alves, primeiro a chegar na unidade, e que atuava numa blitz do Detro nas proximidades, se deparou com o assasino no corredor do segundo andar, quando ele saía de uma das salas. Wellington apontou a arma para o policial, que acabou atirando e atingindo o assassino. De acordo com o sargento da PM, o atirador, então, caiu no momento que subia a escada para o terceiro andar. Em seguida, ele deu um tiro na cabeça.

Segundo o subprefeito da Zona Oeste, Edmar Peixoto, o atirador deixou uma carta de cunho religioso e teor muito confuso, em que afirmava ser portador do vírus HIV. A correspondência foi entregue à Delegacia de Homicídios.

De acordo com a secretária municipal de Educação, Claudia Costin, o ex-aluno teria visitado a escola há um ano. Por isso, ela acredita que o crime desta quinta-feira teria sido planejado.

O governador Sérgio Cabral chamou o atirador de psicopata e animal. Cabral disse que ainda está aguardando a investigação para saber de onde vem a experiência de Wellington com as armas. Ele entrou no colégio com duas armas e munição profissional.

Carta

Ele era ex-aluno do colégio e visitara a unidade no ano passado. Antes de se matar, teria deixado uma carta de cunho religioso em que afirmava ser portador do vírus HIV, segundo o subprefeito da Zona Oeste, Edmar Peixoto. A correspondência foi entregue à Delegacia de Homicídios. Por volta de 12h50, o corpo de Wellington foi retirado da escola.

Wellington era filho adotivo de uma família de mais cinco irmãos. Até pouco mais de um ano atrás, ele morava na Rua Jequitinhonha, em Realengo, a cerca de um quilômetro do colégio. Depois, se mudou para Sepetiba. A chefe da Polícia Civil do Rio, Martha Rocha, informou que ele não tinha antecedentes criminais. Segundo a irmã de criação de Wellington, Roselaine, de 49 anos, ele morava sozinho em Sepetiba. Em entrevista à Rádio BandNews, ela afirmou que não via o irmão há sete meses.

- Na época da eleição, ele veio aqui. Achamos estranho que ele estava com a barba muito grande. Chamei para almoçar, ele não queria. Falava muita besteira. Ele só ficava na internet, não tinha amigos, era muito estranho e reservado – afirmou Roselaine.

Wellington trabalhou como auxiliar de almoxarifado em uma empresa de alimentos, em Jacarepaguá e foi demitido em agosto de 2010. Leia mais aqui.

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