Trata-se da maior taxa desde o
trimestre terminado em maio de 2018. Segundo o IBGE, número de subutilizados
atingiu o recorde de 28,3 milhões de pessoas.
A taxa de desemprego
no Brasil subiu para 12,7% no trimestre encerrado em março, atingindo 13,4
milhões de pessoas, segundo dados divulgados nesta terça-feira (30) pelo
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Trata-se da maior
taxa de desemprego desde o trimestre terminado em maio de 2018, quando a taxa
também ficou em 12,7%, reforçando a leitura de perda de dinamismo e recuperação
mais lenta da economia neste começo de ano.
A
taxa ficou 1,1 ponto percentual acima da registrada no 4º trimestre, quando o
desemprego estava em 11,6% da força de trabalho. Frente a um ano antes, porém,
o índice está 0,4 ponto percentual menor. No 1º trimestre do ano passado, a
taxa estava em 13,1%.
O resultado apurado
para os três primeiros meses de 2019 ficou ligeiramente abaixo do esperado pelo
mercado. Média das previsões de 25 consultorias e instituições financeiras
consultados pelo Valor Data apontava para uma taxa de 12,8% no primeiro
trimestre deste ano.
Segundo o IBGE, a
alta do desemprego no 1º trimestre representa a entrada de 1,2 milhão de
pessoas na população desocupada na comparação com o trimestre encerrado em
dezembro.
No trimestre
encerrado em fevereiro, a taxa de desemprego verificada pelo IBGE foi de 12,4%,
atingindo 13,1 milhões de brasileiros.
A maior taxa de desemprego já registrada no país foi a do trimestre terminado
em março de 2017 (13,7%). Já a mínima foi alcançada em dezembro de 2013, quando
ficou em 6,2%.
A população
ocupada no país somou 91,9 milhões de pessoas, queda
de 0,9% (meno 873 mil pessoas) em relação ao trimestre de outubro a dezembro.
De acordo com o
gerente da pesquisa, Cimar Azeredo, a queda na ocupação já era esperada, devido
a um movimento sazonal recorrente. "Sempre na passagem do 4º trimestre do
ano para o primeiro trimestre há a dispensa de trabalhadores temporários que
foram contratados para os eventos de final de ano”, afirmou.
O IBGE apontou
também que a população fora da força de trabalho alcançou 65,3 milhões de
pessoas, ficando estável frente ao trimestre encerrado em dezembro e crescendo
1% (mais 649 mil pessoas) na comparação com o mesmo trimestre do ano passado.
28,3 milhões de subutilizados, número recorde
Segundo
o IBGE, a taxa de subutilização da força de trabalho atingiu 25% no trimestre
encerrado em março, a maior já registrada pela série histórica iniciada em
2012, com alta de 1,2 p.p. em relação ao trimestre anterior (23,8%).
A população
subutilizada também atingiu o número recorde de 28,3 milhões, com alta de 5,6%
(1,5 milhão de pessoas) em relação ao trimestre anterior e de 3% (mais 819 mil
pessoas) na comparação anual.
O grupo de trabalhadores subutilizados reúne os desempregados, aqueles que
estão subocupados (menos de 40 horas semanais trabalhadas), os desalentados
(que desistiram de procurar emprego) e os que poderiam estar ocupados, mas não
trabalham por motivos diversos.
O número de pessoas
desalentadas subiu 3,9% (180 mil pessoas a mais) em relação ao trimestre
anterior, atingindo 4,8 milhões de brasileiros. Já o contingente de pessoas
subocupadas por insuficiência de horas trabalhadas se manteve estável em 6,8
milhões.
Cai número de empregados
Os
números do IBGE mostram que houve queda tanto no emprego formal como no
informal. Somando os trabalhadores do setores público e privado, houve uma
redução de 771 mil no número de empregados no trimestre.
O número de
empregados com carteira assinada caiu 0,1% na comparação com o trimestre
encerrado em dezembro, reunindo 32,9 milhões de pessoas, em meio à fraqueza da
economia neste começo de ano.
O número de carteira
assinada no país segue praticamente estável há 9 meses. Ela caiu até o
trimestre terminado em junho do ano passado e a última vez em que ela cresceu
foi no trimestre terminado em junho de 2014.
"A grande expectativa da retomada é quando voltar
a crescer o número de carteira assinada. Esse vai ser o primeiro sinal de
lanternas verdes no mercado de trabalho", destacou Cimar Azeredo.
·
Já o número de
empregados sem carteira assinada (11,1 milhões) caiu -3,2% em relação ao
trimestre anterior (menos 365 mil pessoas).
No setor público,
houve queda de 2% (menos 234 mil pessoas) no número de empregados no 1º
trimestre.
A categoria dos
trabalhadores por conta própria ficou estável na comparação com o trimestre
anterior, reunindo 23,8 milhões. Em 1 ano, entretanto, houve crescimento de
3,8%, ou um acréscimo de 879 mil pessoas nessa condição.
O número de
trabalhadores domésticos para 6,1 milhões, queda de 2,4% (menos 149 pessoas) na
comparação com o trimestre anterior.
Rendimento
O
rendimento médio real habitual (R$ 2.291) cresceu 0,7% frente ao trimestre
anterior e avançou 1,4% em relação ao mesmo trimestre do ano passado. A massa
de rendimento real habitual (R$ 205,4 bilhões) ficou estável contra o trimestre
anterior e cresceu 3,3% em relação ao mesmo trimestre de 2018.
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