Depois de receber o apoio do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) na eleição à Presidência da Câmara, Arthur Lira tem se esforçado em emplacar a agenda governista enquanto tenta "abafar a oposição", escreve hoje a repórter Luciana Amaral.
Líder informal do centrão, Lira foi eleito ao posto pela maioria dos colegas com o apoio do Palácio do Planalto em 1º de fevereiro deste ano, num aceno de que o grupo iria reforçar a base do governo no Congresso.
O Planalto sabe que, no ano que vem, medidas impopulares, como a reforma administrativa, não terão espaço na retórica e na prática da gestão de Bolsonaro caso ele tente se reeleger. O importante para o governo agora é mandar sinalizações ao mercado financeiro num momento em que o presidente se vê diante de desgastes com as investigações da CPI da Covid, no Senado, e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ganhando corpo em pesquisas de intenção de voto.
Até o momento, Lira conseguiu aprovar na Câmara, com ampla vantagem, por exemplo, a autonomia do Banco Central, as novas regras para o licenciamento ambiental e a Medida Provisória que autoriza a privatização da Eletrobras.
À reportagem, líderes da oposição alegam que Lira está "tentando mostrar lealdade" a Bolsonaro após o apoio na eleição à Presidência da Câmara, e que ele consegue ter o centrão sob o controle do governo devido ao pagamento de emendas, inclusive com um suposto "orçamento secreto".
Lira e líderes governistas, por sua vez, costumam creditar o resultado das votações a discussões nos bastidores em busca do consenso.
Mas um ponto tem incomodando particularmente a oposição: a mudança de parte do regimento interno da Casa, apelidada de "RegiLira". Saiba mais na reportagem publicada hoje no UOL.
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