Autorização partiu do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, dentro do inquérito que investiga milícias digitais. Jefferson postou em uma rede social que policiais fizeram buscas em casas de parentes.
O
mandado é de prisão preventiva (que não tem prazo estipulado para acabar).
A
autorização da prisão partiu do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo
Tribunal Federal (STF). Ele também determinou:
Bloqueio
de conteúdos postados por Jefferson em rede sociais
Apreensão
de armas e acesso a mídias de armazenamento
A
ordem ocorre dentro do chamado inquérito
da milícia digital, que é uma continuidade do inquérito dos atos
antidemocráticos.
Jefferson
postou numa rede social que a PF chegou a fazer buscas na casa de parentes pela
manhã.
"A
Polícia Federal foi à casa de minha ex-mulher, mãe de meus filhos, com ordem de
prisão contra mim e busca e apreensão. Vamos ver de onde parte essa
canalhice", escreveu o ex-deputado.
O advogado de defesa de Roberto Jefferson, Dr Luiz Gustavo Pereira da Cunha, informou, por telefone, que só vai se manifestar depois que tiver acesso a íntegra da decisão do mandado de prisão e da busca e apreensão.
O
STF determinou que a procuradoria-geral da República se manifestasse sobre o
pedido de prisão feito pela PF, mas não foi feito parecer.
Milícia
digital
O
inquérito que investiga a organização e o funcionamento de uma milícia digital
voltada a ataques à democracia foi aberto em julho, por decisão de Moraes.
Nessa
investigação, a PF apura indícios e provas que apontam para a existência de uma
organização criminosa que teria agido com a finalidade de atentar contra o
Estado democrático de direito.
Essa
organização se dividiria em núcleos: de produção, de publicação, de
financiamento e político. Outra suspeita é de que o grupo tenha sido abastecido
com verba pública.
Entre
os nomes citados pela PF em um pedido para acessar quebras de sigilo, estão os
assessores da Presidência da República acusados de integrar o chamado “gabinete
do ódio”, que seria encarregado de promover ataques virtuais nas redes sociais
contra desafetos da família do presidente Bolsonaro e adversários do governo.
Roberto
Jefferson
O
ex-deputado Roberto Jefferson foi o pivô do escândalo do mensalão, em 2005. Foi
a partir de uma entrevista dele ao jornal "Folha de S. Paulo" que o
país tomou conhecimento das denúncias de que o governo do então presidente Luiz
Inácio Lula da Silva passava dinheiro a deputados da base.
Em
novembro de 2012, no julgamento do mensalão no STF, ele
foi condenado a 7 anos e 14 dias de prisão, pelos crimes de lavagem de
dinheiro e corrupção passiva.
Nos
últimos anos, já sem mandato parlamentar, Jefferson se aproximou do presidente
Jair Bolsonaro. Em suas redes sociais, começou a postar fotos com armas. O
armamento da população é uma das principais causas do presidente.
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