A
legislação eleitoral proíbe aos agentes públicos, servidores ou não, diversas
condutas passíveis de alterar a igualdade de oportunidades entre os candidatos
nas eleições. As vedações estão no artigo 73 da Lei das Eleições (Lei nº
9.504/97) e são replicadas na Resolução TSE nº 23.457/2015, que trata da
propaganda eleitoral, do horário gratuito no rádio e na TV e das condutas
ilícitas na campanha de 2016. O artigo estabelece penalidades que vão desde
multa até a cassação do registro ou do diploma do candidato eleito que
desrespeitar as proibições impostas.
Entre
as restrições contidas no artigo, o agente público não pode ceder ou usar, em
benefício de candidato, de partido ou de coligação, bens móveis ou imóveis
pertencentes à administração direta ou indireta da União, dos estados, do
Distrito Federal e dos municípios. No caso, aqui é aberta uma ressalva para a
realização de convenção de partido.
Também
não é permitido o uso de materiais ou serviços, custeados pelos governos ou
casas legislativas, que ultrapassem as limitações contidas nos regimentos e
normas dos órgãos que integram. E ainda ceder servidor público ou empregado da
administração direta ou indireta federal, estadual ou municipal do Poder
Executivo, ou usar de seus serviços, para comitês de campanha eleitoral de
candidato, de partido ou de coligação, durante o horário de expediente normal,
salvo se o servidor ou o empregado estiver licenciado.
O
agente público não pode fazer ou permitir uso promocional em favor de
candidato, de partido ou de coligação, de distribuição gratuita de bens e
serviços de caráter social, custeados ou subvencionados pelo poder público.
Julho
A
partir deste sábado (2 de julho) até a posse dos eleitos, sob pena de nulidade
de pleno direito, o agente público está proibido de nomear, contratar ou de
qualquer forma admitir, demitir sem justa causa, suprimir ou readaptar
vantagens ou por outros meios dificultar ou impedir o exercício funcional. E,
ainda, “ex officio”, remover, transferir ou exonerar servidor público, na
circunscrição onde ocorrerá a eleição.
Também
a partir desta data até a eleição, o agente público está impedido de realizar
transferência voluntária de recursos da União aos estados e municípios, e dos
estados aos municípios, sob pena de nulidade de pleno direito. A legislação
estabelece, nestes casos, como ressalvas, os recursos destinados a cumprir
obrigação formal preexistente para a execução de obra ou serviço em andamento e
com cronograma prefixado, e os destinados a atender situações de emergência e
de calamidade pública. O ministro do TSE, Henrique Neves, citou como exemplo os
convênios realizados entre uma prefeitura e o governo estadual ou governo
federal . “Nesses três meses que antecedem a eleição, ou os convênios já estão
firmados a muito tempo, com previsão orçamentária e já estão em execução, e
então deve-se continuar realizando o que já está contratado, ou não é possível
a transferência voluntária, ou seja, aquela que não tinha qualquer previsão até
então, a não ser nos casos de calamidade ou urgência que sejam reconhecidos
pela Justiça Eleitoral”, explicou.
Ainda
a partir de 2 de julho, em inaugurações, é vedada a contratação de shows
artísticos pagos com recursos públicos. Também é proibido a qualquer candidato
comparecer a inaugurações de obras públicas.
Com
exceção da propaganda de produtos e serviços que tenham concorrência no
mercado, é proibido ao agente público autorizar publicidade institucional de
atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos ou das
respectivas entidades da administração indireta, salvo em caso de grave e
urgente necessidade pública, assim reconhecida pela Justiça Eleitoral. E fazer
pronunciamento em cadeia de rádio e televisão fora do horário eleitoral
gratuito, salvo quando, a critério da Justiça Eleitoral, tratar-se de matéria
urgente, relevante e característica das funções de governo. “Nada impede que o
governante procure o juiz eleitoral, explique as razões porque a situação é
emergencial, qual a calamidade, e a justiça autorize. Em eleições passadas o
TSE autorizou várias publicidades institucionais neste período proibido, porque
se tratava, por exemplo, de uma campanha de vacinação, algo que é completamente
sem qualquer relação coma eleição e que é de uma necessidade urgente da
população ter ciência de um surto ou de uma campanha de vacinação que esteja
sendo realizada”, ressaltou Henrique Neves.
É
vedada a realização, no primeiro semestre do ano de eleição, de despesas com
publicidade dos órgãos públicos ou das respectivas entidades da administração
indireta, que superem a média dos gastos no primeiro semestre dos três últimos
anos que antecedem o pleito.
Outras restrições
Desde
5 de abril deste ano até a posse dos eleitos, o agente público não pode fazer,
na circunscrição do pleito, revisão geral da remuneração dos servidores
públicos que supere a recomposição da perda de seu poder aquisitivo ao longo do
ano da eleição.
E
desde 1º de janeiro está proibida a distribuição gratuita de bens, valores ou
benefícios por parte da administração pública, exceto nos casos de calamidade
pública, de estado de emergência ou de programas sociais autorizados em lei e
já em execução orçamentária no exercício anterior. Nestes casos, o Ministério
Público poderá promover o acompanhamento de sua execução financeira e
administrativa. Em anos eleitorais, os programas sociais não poderão ser
executados por entidade nominalmente vinculada a candidato ou por ele mantida,
ainda que autorizados em lei ou em execução orçamentária no exercício anterior.
A
publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos
públicos deverá ter caráter educativo, informativo ou de orientação social,
dela não podendo constar nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção
pessoal de autoridades ou de servidores públicos.
Acesse aqui a íntegra da resolução sobre
propaganda eleitoral, utilização e geração do horário gratuito e condutas
ilícitas em campanha eleitoral.
EM,
FP/TC
Gestor
Responsável: Assessoria de Comunicação
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